sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Conservadores, não! Esclarecimentos à comunidade universitária


Como se sabe, com 1280 votos, nossa chapa foi consagrada vencedora nas eleições para o Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da Universidade de Brasília. Esse resultado suscitou variadas especulações por parte de diversos veículos de informação. Diante disso, a Aliança pela Liberdade vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:

1- Vínculos com partidos políticos e outras instituições

A chapa eleita, Aliança pela Liberdade, NÃO tem nenhum(a) filiado(a) a qualquer partido político. Não recebemos dinheiro ou apoio deles ou de qualquer outra instituição. Nosso partido – como afirmado não apenas por nosso discurso, mas, principalmente, por nossos métodos – são os(as) estudantes da UnB!

2- Financiamento de campanha

Nossa campanha foi financiada com dinheiro dos membros do grupo e de outros(as) estudantes, num esforço de gastos módicos e racionais. Ou seja, não recebemos recursos de professores ou de quaisquer outros grupos que não alunos(as) da Universidade de Brasília.

3- Projetos políticos

Ao contrário do que foi insinuado por meio de alguns veículos de comunicação, os membros da chapa não têm projeto de carreira política. Qualquer insinuação nesse sentido é desinformação ou má-fé. O nosso projeto, já bastante ousado e árduo, é uma UnB segura, eficiente, de alta qualidade e, principalmente, livre!

4- Conservadorismo e rótulos

Não, a Aliança pela Liberdade, não é uma chapa conservadora. Somos estudantes de ideias livres e audazes, sem discursos moralistas ou moralizantes de qualquer ordem. Acreditamos na liberdade individual, no mérito e no respeito às diferenças de toda ordem, sejam de etnia, orientação ideológica, afetiva, nacionalidade, etc. Conservadorismo seria manter o estado de coisas, um movimento estudantil partidarizado, decadente e cada vez menos representativo. Queremos o contrário, queremos mudanças. A Universidade de Brasília quer mudanças e por isso fomos eleitos.

Ajude-nos a cultivar essa ideia!

Atenciosamente,
Aliança pela Liberdade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para além dos votos


*Por Carlos Góes
"Há um terreno superior ao das dissensões políticas em que espíritos de igual tolerância, de igual elastério, de igual patriotismo, podem e devem sempre colaborar uns com os outros, no interesse comum do país; esse terreno pertence a líderes de opinião, como Rui Barbosa, alargar cada vez mais, e dar-lhe a força e a consistência do granito. Creia-me com todos os meus velhos sentimentos de confraternidade liberal, amizade e admiração, Joaquim Nabuco". (14 de maio de 1899)

A Aliança pela Liberdade foi eleita para o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília com 1280 votos. Mas existem coisas que são mais importantes que os votos: os princípios. É por nossos princípios que, muitas vezes, fomos perseguidos pelos membros do velho movimento estudantil. É pelos mesmos princípios que somos tão estranhos a esse ambiente.

Somos, de fato, o “patinho feio” do movimento estudantil. E somos isso por nos recusarmos a compactuar com o velho modo de tratar os assuntos da Universidade. Rejeitamos o controle da políticas estudantil por partidos políticos, rejeitamos as velhas bandeiras, rejeitamos as estruturas decisórias fascistas utilizadas, em que 100 pessoas "de luta" decidem por 33.000 estudantes. Isso nos faz diferentes. Recordemo-nos de nossos princípios.
Somos estudantes como VOCÊ, cansados do marasmo do movimento estudantil atual - dominado por velhos bordões ideológicos que nada dizem. Somos estudantes de dentro da sala de aula, que não se vêem representados por grupos ligados a partidos políticos e que esquecem até mesmo que Muro de Berlim caiu - continuam a gritar: Fora FMI!, Fora pelegos!, Fora Todos!

Somos estudantes que se preocupam com o dia-a-dia daqueles estudantes que querem fazer seu papel: estudar, refletir, debater, contestar, criticar as ideias pré-formatadas. Somos estudantes que se focam na resolução de problemas cotidianos e na melhoria da vida de cada um.

Somos estudantes que acreditam na supremacia de direitos e liberdades individuais, na defesa das minorias, no respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, no Estado de Direito, na igualdade de todos perante à lei e no direito inalienável que cada indivíduo tem de escolher seu próprio destino.

Somos estudantes que dão valor à LIBERDADE!
Foi sob esse espírito que criamos o grupo. Não foi para querer "combater o mal"; ou para "acabar com os comunistas". Foi, ao contrário, para mostrar que podemos fazer política estudantil com base em princípios. Juntamo-nos em Aliança trazer uma mensagem de ânimo para os estudantes da UnB. Todo o descrédito e perda de legitimidade que os grupos tradicionais têm com os estudantes-que-estudam mostram que a nossa indignação é compartilhada por muitos.

Vamos lembrar desse nosso objetivo original: levamos uma mensagem de ânimo. A Aliança não é e nunca será um projeto de poder, mas é verdadeiramente um projeto de potência. Estamos na UnB para exibir nossas propostas, para defender nossos princípios, para mostrar que existe um grupo na UnB que está mais preocupado com a qualidade da pesquisa, dos professores e com os interesses dos estudantes do que com sair no Correio Braziliense ou do que apoiar piquetes e greve violenta.

A quantidade de votos que tivemos, sinceramente, é algo secundário. É óbvio que ganhar votos é importante, mas os votos só serão verdadeiros, só serão relevantes, se não sacrificarmos nossos princípios. Se os que nos xingam jogam sujo, não vamos fazer o mesmo. Se têm partido, não teremos nós mesmos essa subordinação. Se mentem, não seremos nós a mentir.

Na clássica referência de um ícone cultural contemporâneo, é pelo poder da verdade que, enquanto vivemos, podemos conquistar o universo. Falemos de tudo. Falemos das vinculações partidárias, dos desvios de finalidade, falemos da preocupação midiática. Mas, lembrando do ano passado, em histórico discurso do nosso ex-Presidente da Aliança, vamos endurecer, mas sem perder a ternura - que é como eles gostam. Joguemos duro, mas NÃO joguemos sujo nunca.

A Aliança trabalhou muito e agora logra os frutos da vitória, graças ao espírito livre dos estudantes da UnB. Mas devemos, sempre, recordar a todos daquilo que realmente somos, desde nossa fundação. Daquilo que não podemos nunca deixar de ser.

Esses princípios são maiores que votos. Esses princípios são ideias, são potência. E essas coisas vivem para sempre. Obrigado, antes de tudo, não por ter escolhido a nós, mas por ter escolhido estes princípios.

*Carlos Góes é membro fundador da Aliança pela Liberdade, bacharel em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Economia Internacional pela Johns Hopkins University.

Você cultivou um futuro mais livre!

Obrigado por ter ajudado a cultivar um futuro mais livre! Obrigado pelos 1280 votos que colocaram a LIBERDADE como principal bandeira dos estudantes da UnB!


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eleições - E foi dada a largada!




Começaram hoje as eleições!

Você, estudante de graduação ou pós da UnB, já pode ir às urnas dizer qual das 8 chapas você acredita ser a melhor para o DCE e RDs. Veja aqui onde as pessoas do seu curso votam:


As votações seguem até amanhã, horário a depender da sua urna.

Vote consciente, exerça seu direito com responsabilidade e escolha uma chapa que te represente e que não exclua a sua participação.
O movimento estudantil da nossa universidade precisa destes votos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

5 perguntas (e respostas) sobre a Aliança!


1 - Quais as principais propostas da sua chapa?Adotar um sistema parlamentarista para o DCE (isto é, o Conselho de CAs – atual CEB – elegeria anualmente a diretoria, para a qual delegaria suas funções executivas);

Defender a presença das fundações de apoio, visando à livre pesquisa acadêmica;

Priorizar a melhora da infra-estrutura da universidade, o que passa por salas de estudo e laboratórios até papel higiênico e toalhas de papel em todos os banheiros e o conserto de cadeiras quebradas;

Defender a criação de um parque tecnológico;

Apoiar as empresas juniores;

Defender o aumento de concessões no campus (lanchonetes, papelarias, Xerox...); Defender o policiamento no campus, visando a melhorar a segurança da comunidade universitária.
2 - Quais são as organizações com as quais vocês tem afinidade? (coletivos, partidos, entidades de classe, etc)
Não somos ligados a partidos, coletivos ou tampouco entidades de classe. Somos um grupo de estudantes independentes, unidos por princípios em comum (a liberdade, a pluralidade e a meritocracia). Mesmo que nossos membros sejam livres para se filiar a partidos, conselhos ou sindicatos, jamais os interesses destas organizações devem prevalecer sobre a nossa preocupação central: a UnB.
3 - Qual é o conceito que a chapa tem de DCE?
A Aliança pela Liberdade compreende a importância do DCE para coordenar as demandas dos estudantes, porém entende que a maneira como o Diretório é organizado há décadas na UnB – e em outras universidades brasileiras – é arcaica e centralizadora. Há pouco espaço para os centros acadêmicos se manifestarem, e as pautas externas (geralmente advindas de interesses político-partidários) se sobrepõem às questões que envolvem mais diretamente a universidade.

Sendo assim, a nossa proposta principal (DCE parlamentarista) é justamente para tornar o Diretório mais próximo dos CAs – e, por conseqüência, dos estudantes.
4 - Qual a origem dos recursos utilizados durante o processo eleitoral?
Contribuições de membros e doações individuais de simpatizantes e apoiadores. Nossos gastos de campanha costumam ser modestos: no ano passado, por exemplo, gastamos apenas R$ 140,00.
5 - O que significa, para vocês, o movimento estudantil?
O movimento estudantil é importante na medida em que é um espaço no qual os estudantes começam a se desenvolver como cidadãos e pessoas preocupadas em contribuir para a comunidade/sociedade em que vivem.

Infelizmente, nas últimas décadas o movimento estudantil vem se desvirtuando, e um dos motivos principais é a cooptação por partidos políticos, estejam eles no poder ou não. Não apenas a União Nacional dos Estudantes, mas também a maioria das entidades representativas dos estudantes brasileiros passa por uma “crise de representatividade”, pois estão afastadas das preocupações do dia-a-dia dos discentes. Chegam ao ponto de considerar estas demandas “menores” perante os supostos “problemas nacionais e internacionais”.

A Aliança pela Liberdade, mesmo que de forma modesta, pretende apresentar uma nova forma de fazer movimento estudantil: volta-se para a excelência acadêmica, para a melhora das condições intelectuais e materiais para que o estudante possa se desenvolver plenamente em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.


(Questionário respondido ao Centro Acadêmico do curso de Direito - UnB.)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

DCE parlamentarista: por que aplicá-lo e como funcionaria



Atualmente o Diretório Central dos Estudantes é distante da realidade dos (as) alunos (as) da UnB. Embora o estatuto do CEB tenha várias prerrogativas que lhe garantiriam um bom funcionamento enquanto órgão fiscalizador e deliberativo (anexo 1), quase nada é seguido na prática.

Diante de tal cenário, nossa proposta é uma nova composição, por meio de um sistema parlamentarista. Inspiramo-nos no DCE da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) – anexo 2. Para isso, uma das mudanças que faremos é no o sistema eleitoral. No modelo atual, chapas concorrem ao DCE e ganha quem tiver mais votos em toda a universidade. Isso consiste num modelo majoritário (“presidencialista”), pois a chapa vencedora tem o direito de nomear todos os coordenadores. Cabe ao Conselho de Entidades de Base (CEB) fiscalizar e deliberar, porém na prática ele não realiza nem estas funções, pois tem pouco controle sobre a própria pauta, ficando à mercê da diretoria do DCE.

Em seu lugar, defendemos um modelo parlamentarista: uma vez por ano, os representantes dos centros acadêmicos (CAs) que compõem o CEB (o qual mudaria seu nome para Conselho de Centros Acadêmicos, CCA) se reunirão para votar o Conselho Diretor (novo nome e composição para a coordenadoria geral) do DCE.

Após eleito, o Conselho Diretor (o qual inclui um coordenador específico para cada campus, para aprimorar a integração entre eles) terá poderes executivos. A diretoria necessariamente deverá ser formada por membros do CCA – conseqüentemente, representante(s) de um centro acadêmico; porém, os coordenadores não precisam sê-lo. A propósito, antes da votação os candidatos devem indicar a composição de seu Conselho Diretor e informar os cursos de cada um deles.

Outra mudança em relação ao Diretório atual: o CCA terá controle sobre a sua própria pauta, ao contrário do modelo atual, no qual é a diretoria do DCE que a define; aliás, este é o principal fator que leva ao excesso de assuntos externos à universidade dentro da pauta.

Haverá reuniões ordinárias quinzenais, as quais não precisarão mais ser convocadas pela diretoria; o parlamento tem autonomia para fazer o contrário, isto é, convocar o Conselho Diretor para prestar contas de suas ações. Continuará sendo necessário o quórum de 1/3 dos CAs para que a reunião seja deliberativa.

Por fim, queremos que o CCA seja soberano, e tenha o poder de dissolver o DCE (voto de confiança), caso este esteja descumprindo e/ou desvirtuando suas funções.

Todas estas mudanças farão com que o CCA (atual CEB) exerça melhor seu papel de fiscalização e deliberação, dando-lhe também o poder executivo, o qual delegará para a diretoria e seus coordenadores. Em suma, manteremos boa parte da estrutura do Conselho atual, adicionando a elas elementos inspirados no DCE da UFSJ.

Vantagens

- Impedir-se-ia que uma única ideologia ou partido político tome o DCE. As demandas de cada aluno e curso teriam mais espaço. Ao descentralizar a eleição, o debate se daria em torno dos problemas reais dos alunos de cada curso, e não da cartilha de nenhum partido.

- Fortaleceria o CEB, o qual deixaria de ser um órgão meramente deliberativo e fiscalizador para assumir funções executivas. Como o Conselho Diretor teria que emanar de representantes dos centros acadêmicos, garantir-se-ia que os CAs não sejam meros fiscalizadores do DCE, mas também parte dele. Mais do que isso, garantir-se-ia que as funções de deliberação e fiscalização fossem aprimoradas.

- Daria maior peso e importância para as eleições dos centros acadêmicos, na medida em que os grupos eleitos indicariam os representantes (um para cada CA, como no modelo atual) que, por sua vez, decidiriam o Conselho Diretor do Diretório. Além disso, o voto do eleitor seria valorizado, pois sua decisão passaria a envolver não só algo relativo ao seu curso, mas também à UnB como um todo.

- A influência de grupos externos também seria reduzida, pois a campanha seria mais barata. Fazer campanha só para um curso custa muito menos que fazer campanha na Universidade toda. Dessa forma o peso partidário (que se faz muitas vezes por meio de financiamento das campanhas de suas chapas) seria diluído, uma vez que o diferencial da campanha não seria a quantidade de material, mas a qualidade das idéias.

- Tornaria o DCE mais democrático. Hoje o Diretório é controlado por um único grupo que se considera no direito de falar em nome de todos os alunos da UnB. Num sistema parlamentarista haveria espaço institucional, dentro do próprio DCE, para divergências e oposição. Ou seja, ele voltaria a ser um espaço de debates, ao invés de mero instrumento político.


Anexo 1 – Estatuto atual do DCE da UnB sobre o CEB

Artigo 21 - O Conselho de Entidades de Base, cuja sigla adotada será CEB, é a instância deliberativa imediatamente inferior à Assembléia Geral, composto pelos representantes dos Centros Acadêmicos (CAs) e pela Diretoria do DCE-UnB.

§ 1º- Cada Centro Acadêmico terá direito a um voto e caberá à Diretoria do DCE-UnB apenas o voto de desempate.

Artigo 22 - Compete ao Conselho de Entidades de Base:

- Encaminhar, conjuntamente com a Diretoria do DCE, as deliberações da Assembléia Geral ou do próprio CEB;

- Deliberar acerca de teses, moções, recomendações e propostas;

- Criar e dissolver comissões internas de trabalho, acompanhamento ou averiguação que julgar necessárias;

- Fiscalizar e dar pareceres sobre os relatórios e prestações de conta da Diretoria do DCE-UnB;

- Convocar Congresso Estudantil e Assembléia Geral;

- Elaborar e revogar resoluções que orientem as atividades do DCE, Centros Acadêmicos e representantes discentes nos Conselhos Superiores, Câmaras e demais órgãos colegiados;

- Convocar as eleições da Diretoria do DCE-UnB e dos representantes discentes nos Conselhos Superiores, aprovar o Regimento Eleitoral, analisar e julgar recursos do pleito eleitoral e dar posse à chapa eleita para a Diretoria do DCE-UnB e aos representantes discentes eleitos;

- Receber o repasse dos representantes discentes a respeito das deliberações dos Conselhos Superiores e Câmaras;

- Deliberar sobre os casos omissos deste Estatuto.

Artigo 23 - O CEB reunir-se-á ordinariamente no mínimo duas vezes ao mês e extraordinariamente sempre que convocado com quarenta e oito horas de antecedência pela Diretoria ou por um terço dos Centros Acadêmicos constituídos;

Parágrafo Único - A convocação das reuniões ordinárias do CEB deverá ser feita mediante convocatória com pauta previamente definida a todas as entidades de base.

Artigo 24 - O quorum mínimo para instalação de CEB deliberativo é de um terço do total de Centros Acadêmicos constituídos, tendo caráter apenas consultivo no caso de quorum inferior.

§ 1º - As decisões do CEB serão tomadas por maioria simples dos votos, exceto nos casos previstos neste estatuto.

§ 2º - As deliberações do CEB serão lavradas em ata assinada pela mesa que houver dirigido os trabalhos, devendo ser lida e aprovada na reunião subseqüente.


Anexo 2 – Estatuto do DCE da UFSJ (MG)

Art 21° - O Conselho Diretor é órgão deliberativo e executivo do DCE.

§ primeiro - Durante o período letivo, o Conselho Diretor deve se reunir quinzenalmente.

§ segundo - As convocações para reunião do Conselho Diretor devem ser afixadas em locais visíveis, espalhados por todos os campi da UFSJ.

§ terceiro - Reuniões extraordinárias podem ser convocadas por documento assinado por, no mínimo um quinto (1/5) dos Centros e Diretórios Acadêmicos [alteração nossa em relação ao estatuto original, pois o quórum de 3 CAs do original parece ser insuficiente], ou pelo executivo denominado presidente do DCE, ou pelo denominado secretário do DCE.

§ quarto - As reuniões do Conselho Diretor só têm validade quando abertas a todo o corpo discente, com poder de fala.

§ quinto - O quorum mínimo para instalação do conselho é de um terço mais um dos Centros Acadêmicos existentes [alteração; no original, 50% mais um] na UFSJ, em primeira chamada, e de 20% [outra alteração; no original, 25%] dos Centros e Diretórios Acadêmicos existentes na UFSJ em segunda chamada. (...)

Art 22° - São membros do Conselho Diretor com poder de voto um (1) representante de cada Centro e Diretório Acadêmico.

§ primeiro - Se o curso não tiver um Centro ou Diretório Acadêmico, ou se este estiver desativado ou interditado por problema de qualquer natureza, seu representante deve ser indicado por uma Assembléia dos estudantes do dito curso, contendo 50% dos estudantes em primeira chamada e 10% na segunda chamada, cuja ata devidamente lavrada deverá ser entregue ao secretário e ao presidente do DCE diante do Conselho Diretor.

§ segundo - Cada Centro Acadêmico é completamente autônomo para indicar seu representante e dois (2) suplentes pelo método que desejar e ou rezar seu estatuto, mas precisará fornecer ao secretário e ao presidente do DCE, diante do Conselho Diretor, uma ata da indicação do representante assinada pela maioria absoluta dos membros da direção do CA. (...)

§ quarto - Um Conselheiro perde seu poder de voto assim que o Centro Acadêmico de seu curso desejar substituí-lo, sem direito a apelação, uma vez que o voto pertence ao CA, não a seu representante na instância do DCE.

Art 23º - Compete ao Conselho Diretor convocar Assembléias e Congressos, dirigir o DCE e seus recursos.

Art 24º - O Conselho Diretor é obrigado a eleger, dentre quaisquer estudantes, os seguintes executivos:

a) Um (a) presidente com, dentre outras, a função de presidir suas reuniões e dar o voto de Minerva.

b) Dois secretários (as) com, dentre outras, a função de convocar e lavrar as atas das reuniões.

c) Dois tesoureiros (as).

d) Um coordenador para cada Campus.

e) Todos os representantes discentes nos colegiados da UFSJ.

§ único - O Conselho Diretor pode criar outros cargos executivos, sempre com funções claras e restritas.

Art 25º - O Conselho Diretor pode substituir o presidente, o tesoureiro, o secretário e qualquer outro executivo quando quiser, sem aviso prévio, porém constando na pauta.
§ único - O quorum mínimo para a substituição de um membro do cargo executivo é de metade mais um dos membros do Conselho Diretor.

Art 26º - Os executivos não têm mandato, são somente executores de ordens, não dirigentes.

§ primeiro - Os executivos não têm um tempo mínimo de permanência no posto, podendo ser substituídos quando o Conselho Diretor assim desejar, mas têm um tempo máximo de dois semestres letivos, ao final dos quais seus cargos estarão automaticamente à disposição do Conselho Diretor, que deverá renovar ou modificar as indicações.

§ segundo - Uma reunião de executivos não é uma diretoria do DCE, pois as funções de diretoria são exercidas pelo Conselho Diretor.

Art 27º - O presidente do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Representar o DCE social, política, jurídica e judicialmente, sendo que o Conselho Diretor pode determinar que constitua procurado para fins judiciais;

b) Presidir as reuniões do Conselho Diretor; (...)

e) Assinar, juntamente com o secretário, atas e documentos do DCE.

Art 28º - O primeiro secretário do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Fazer com que aconteçam as reuniões do Conselho Diretor, convocando-as. (...)

d) Lavrar as atas das reuniões do Conselho Diretor, das Assembléias e dos Congressos.

e) Elaborar relatórios semestrais da atuação do Conselho Diretor, para aprovação deste e da Assembléia. (...)

Art 29º - O primeiro tesoureiro do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Executar as decisões do Conselho Diretor referentes aos recursos financeiros do DCE. (...)

i) Receber e contabilizar os recursos que forem destinados ao DCE. (...)

k) Entregar ao Conselho Fiscal, assim que este for criado e ou sempre que seus membros pedirem, xerox de todos os livros contábeis, incluindo os livros das notas fiscais, o livro de recibos e todos os outros que existirem. (...)

Art 30º - O Conselho Fiscal deverá ser eleito por uma Assembléia. (...)

Art 31º - Ao Conselho Fiscal compete:

a) Apreciar e decidir, por maioria absoluta, se as contas do DCE estão ou não corretas. (...)

c) Tornar públicas suas resoluções, em documento assinado por todos ou pela maioria de seus membros, sobre a regularidade ou irregularidade das contas do DCE.

Art 32º - O Conselho Fiscal deve ter completa liberdade de examinar as contas do DCE, examinando todos os seus livros diante do Conselho Diretor, ou levando as fotocópias desses livros para os examinar sem a presença do tesoureiro.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

PRESTAÇÃO DE CONTAS À COMUNIDADE ACADÊMICA




Nessa época de eleições todas as chapas se empenham numa disputa para ver quem promete mais. Algumas delas fazem propostas absurdas, outras fazem propostas cuja execução está fora da alçada da UnB e outras ainda fazem propostas que estão fora da alçada do DCE e RDs. A permanecer essa tradição, todas as eleições serão sempre um eterno recomeço: as chapas apontam sempre para o que vão fazer e os estudantes precisam confiar apenas nas palavras e nos panfletos.

A Aliança pela Liberdade mantendo o seu ímpeto reformador, mais uma vez faz diferente. Entendemos que representação não se faz apenas com promessas em época de eleições; representação se faz também prestando conta aos estudantes de tudo o que fizemos, seja nos conselhos superiores, seja atuando diretamente dentro da burocracia universitária, com petições e outras medidas. Mais do que isso, nossa representação pressupõe um diálogo permanente com os estudantes que representamos e que nos deram um voto de confiança. Permanente porque a comunicação não se dá apenas nas eleições futuras, pois apresentamos os termos do debate e publicizamos as questões importantes da UnB imediatamente em nosso blog.

Para confirmar o que dizemos, apresentaremos um sumário de nossa atuação desde as últimas eleições. Aguardamos o seu voto (na chapa 8) e o seu apoio na construção de uma UnB de Excelência.

  • Atuação nos Conselhos Superiores


A Aliança teve uma atuação bastante significativa nos conselhos. Podemos destacar a nossa atuação na temática das fundações de apoio, Conselho Comunitário, Festas no Campus e na discussão sobre os trotes.

Finatec. Quando da discussão do Credenciamento da Finatec, fomos o único grupo do movimento estudantil que apoiou o credenciamento da fundação e levamos em consideração o relatório do professor Nigel Pitt (Matemática). Os demais grupos não demonstraram grande domínio da questão, além de multiplicar xingamentos e atrapalhar o debate e votação dos encaminhamentos. A Aliança também, por meio de seus representantes Saulo Said e Carlos Góes, apresentou relatórios das reuniões e das nossas posições e explicitaram como funcionam as fundações de apoio, qual o relacionamento delas com a Universidade, qual a importância delas para o financiamento das pesquisas, além de esclarecer mitos envolvendo a FINATEC.

E o, que é mais importantes, conseguimos aprovar um dos nomes que indicamos ao Conselho Superior da fundação, o estudante Raduam Meira (RI). Para mais detalhes, conferir os seguintes posts: Finatec Credenciada, Fatos e Mitos e Conselho Superior da Finatec

Convocações. Na grande maioria das vezes, os representantes discentes (ai incluídos os da Aliança) não conseguem escolher os temas deliberados nos conselhos. Temas importantíssimos foram discutidos no período, tais como a criação de novos cursos, happy hours, trotes, a transformação do CESPE em empresa pública (tema vital para a saúde financeira da UnB) e, de forma geral, as normas de convivência nos campi.

A Aliança sempre se posicionou de forma muito clara nesses debates, sem radicalismos, abertos a ouvir outros argumentos, tanto nos conselhos, como no nosso blog. Defendemos os trotes voluntários, desde que não infligissem seja humilhação, coação ou violência aos calouros. Para aprofundamento: Pela liberdade de escolher, Liberdade no Trote e Eis a casa da mãe Joana.

Na temática dos happy hours, acompanhamos os professores em todas as situações em que as confraternizações prejudicavam as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, atividades principais da Universidade. Não fosse a atuação decisiva de um dos nossos conselheiros, os CAs seriam proibidos de fazer divulgação virtual (ou através de outras mídias) dos happy hours. Para aprofundamento: Acontece agora, Aliança pelos happy hours

Além disso, podemos destacar que na reunião histórica do Conselho Comunitário da UnB (órgão previsto desde a fundação da UnB e que só ocorreu em 2010), o único estudante indicado pelo Consuni foi o conselheiro Saulo Said, da Aliança pela Liberdade. O Conselho é apenas deliberativo, mas é considerado fundamental para que a Universidade dialogue e faça parcerias com a iniciativa privada, com as agências de fomento a pesquisa, com vários níveis da administração pública e com setores organizados da sociedade civil. Para aprofundamento: o Conselho Comunitário.

Mesmo quando não tínhamos atuação importante, quer dizer, em discussões onde havia consenso ou em temas de menor relevância, mantemos os estudantes informados sobre os termos do debate. Exemplo: Dois novos decanatos.

  • Ambiente a altura da excelência acadêmica


A Aliança não restringiu sua atuação aos temas deliberados nos conselhos superiores. Também atuamos apresentando petições, cobrando explicações junto a administração acadêmica e relatando problemas aos órgãos competentes.

Tivemos um papel importante cobrando a reitoria em relação aos problemas do Restaurante Universitário (RU), onde cobramos explicações sobre o desuso de alguns refeitórios, a má higienização dos pratos, problemas nas catracas (que aumentam o tempo de espera na fila), os repetidos problemas na caldeira (que motivaram o fechamento do RU por vários dias). Para aprofundamento: Quando comer se torna ato de bravura.

O conselheiro Mateus Lobo, da Aliança, cobrou o prefeito da UnB, Paulo César M. da Silva sobre a ausência de papeis higiênicos nos banheiros da universidade, além de relatar a situação no CONSUNI. Mesmo diante de risos de alguns conselheiros, o conselheiro prosseguiu seu relato mostrando que não se trata de uma piada, mas sim uma questão de respeito a comunidade universitária (afinal, se trata de um item básico). Vide ata (xxx) e para aprofundamento: Jingle bell, acabou papel.

Também tivemos uma atuação importante em relação aos sucessivos problemas de mal atendimento, falta de higiene e os preços exorbitantes na lanchonete da FA, Café da Mara. Apoiamos os estudantes de Relações Internacionais que iniciaram um boicote ao café e, em seguida, relatamos ao CONSUNI as ameaças sofridas por alguns deles. A medida recebeu apoio dos conselheiros e o próprio reitor pediu maiores informações para tomar providências. Curiosamente, na semana seguinte aparecia a placa “Sob nova direção” e desde então o atendimento melhorou significativamente.

  • Divulgação de eventos e oportunidades


Não é só nos conselhos e na negociação com a administração da UnB que se constrói uma universidade melhor. Também ajudamos a divulgar eventos acadêmicos, como a Semana Política, a Semana Jurídica e Arte pela UnB Ajudamos a divulgar iniciativas positivas, mesmo quando não partiam da Aliança, como o abaixo-assinado da Associação Nacional de pós-graduação pelo aumento das bolsas de mestrado e doutorado, além de divulgarmos editais de intercâmbio, além de bolsas de pesquisa e bolsas Reuni. Verificar em: Intercâmbio e Bolsas.
  • Promoção do debate


Como grupo estudantil universitário, a Aliança pela Liberdade não poderia deixar de repercutir a falta de prioridades na UnB. Esse foi o caso das obras do beijodromo, que ensejaram um empenho da reitoria não visto na conclusão das obras dos novos campi. (Vide: Ainda sobre o Beijódromo, Último dia da obra do Beijódromo. Também repercutimos a proposta de educação no Campo da UnB, além de concedermos espaço para um artigo bastante qualificado sobre a Homossexualidade e a homofobia: Homosexualidade parte I e parte II.

  • Segurança


No importante tema da segurança contribuímos tanto relatando os crimes nas reuniões do CONSUNI, divulgando os casos de maior gravidade em nosso blog e, como ápice dos nossos esforços, enviamos uma petição a reitoria cobrando providências. Para aprofundamento: Estupro, de novo.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Por que concorrer ao DCE com a proposta parlamentarista?


Ora, parece incoerente que uma chapa concorra ao DCE com o propósito substituí-lo por uma diretoria eleita pela Conselho de Entidades de Base (CEB), pelo voto dos representantes de todos os CAs da UnB. A incoerência, contudo, é apenas aparente e nos damos conta disso analisando como funcionam as precárias instituições da política estudantil.

Sabemos que mudanças como a que propomos passam pela alteração do atual estatuto do DCE (Estatuto) e que, conforme o estatuto vigente, quaisquer alterações em seus artigos dependem da aprovação da Assembleia dos Estudantes ou do Congresso Estudantil. Nosso compromisso com o processo legal deixa fora de cogitação qualquer caminho de reforma que não este. Então, se tais propostas devem passar seja pela Assembleia seja pelo Congresso estudantil, porque precisamos concorrer ao DCE?

A resposta é simples. Hoje quem tem o controle da agenda das discussões das instituições da política estudantil é o DCE. Este tem o poder de convocar o CEB, a Assembleia dos Estudantes; decidi quando essas instituições devem ser convocadas e domina com sua pauta os temas debatidos. Ou seja, pelo sistema atual (presidencialista), é o DCE que convoca as demais instâncias deliberativas a opinar sobre certos temas da vida universitária (e de outros temas não tão universitários...) e essas convocações muitas vezes já estão carregadas de propaganda, como ocorreu nos debates sobre o credenciamento da FINATEC.

No mais, as eleições para o DCE são o momento de maior discussão política dentro da universidade, momento, portanto, oportuno para pensarmos mudanças que alterem o modo como a política estudantil é conduzida. Votar na Aliança, tendo o Parlamentarismo como proposta central, não é votar em fulano, ou ainda num amontoado de nomes; votar na Aliança é dar peso político as propostas e princípios que defendemos.

Como dissera certa vez a teórica política Nadia Urbinati, “Votar no Sr. Smith sempre implica votar no que o Sr. Smith diz e acredita e, assim, inevitavelmente, naquilo em que acreditamos e defendemos”. NOSSA PROPOSTA MOSTRA QUE NÓS NÃO ESTAMOS CONCORRENDO POR PODER! AO CONTRÁRIO, QUEREMOS DAR O PODER PARA OS ESTUDANTES. NÓS ESTAMOS CONCORRENDO PARA PROMOVER EFICIÊNCIA E LIBERDADE.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Estudante, o Movimento Estudantil e o papel da Aliança.


Um fato muito evidente para qualquer pessoa interessada no movimento estudantil da UnB é que a participação dos estudantes é muito pequena. Não só os quadros dos grupos estudantis são permanentemente esvaziados, como também o termo "movimento estudantil" e todas as ações ligadas a ele são vistas pejorativamente pela maior parte dos estudantes.

Baixo envolvimento. Prova disso são as Assembleias Gerais dos Estudantes, sempre extremamente distantes de atingirem o quórum mínimo de 03% dos alunos da UnB. Prova mais forte ainda são as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE). Nas últimas eleições a UnB contava com aproximadamente 33.000 estudantes, contudo, segundo a comissão eleitoral de 2010, o total de votos foi inferior a 4.000, menos de 13% do total de alunos.

Por que tão poucos estudantes votam? Pode-se justificar a ausência dos estudantes nas Assembleias por estas serem demoradas, barulhentas, poucos confortáveis, em horários ruins, sempre atrasarem e inúmeros outros motivos, mas como justificar a ausência na hora de votar? O motivo que me parece fazer mais sentido é a falta de credibilidade dos grupos participantes. O famoso "não vou gastar meu tempo com isso porque vai continuar tudo a mesma merda".

Razão de ser da Aliança. Este é o principal motivo pelo qual o grupo Aliança pela Liberdade foi feito: criar uma alternativa aos grupos já existentes, atrelados a interesses externos à universidade e que não se preocupam com o estudante que quer estudar.

Pode parecer um pouco pretensioso dizer o motivo dos estudantes em geral não votarem, mas nossas especulações são confirmadas pelos resultados das eleições de 2010. Um grupo pequeno como era a Aliança com uma campanha extremamente breve e que gastou míseros R$140,00 frente a um enorme esforço humano e capital de alguns milhares de reais gastos por outras chapas (dinheiro vindo, em parte, de partidos políticos) conseguiu praticamente 18% dos votos para RDs. Para nós, esse resultado não pode representar outra coisa se não uma crença, ainda que tímida, na ideia de mudar o movimento estudantil.

Nosso público alvo são justamente os alunos que não se interessam pelo movimento estudantil porque acham que nada vai mudar, estes são os alunos que se preocupam com uma UnB melhor e não com interesses partidários diversos. Se esta dificuldade, somada a pequena campanha que fizemos, nos deu 18% dos votos, é porque algumas pessoas percebem que algo pode ser feito de modo diferente na política estudantil.

Você, estudante, é livre pra votar em quem quiser, isso se quiser votar. Mas, se for de seu interesse uma política estudantil que se preocupe com os estudantes, se você achar que outros ventos deveriam guiar o movimento estudantil, leia nossas propostas, você pode querer não votar em branco nessas eleições.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pelo policiamento na UnB




*Por Henrique Felix de Souza Machado

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
(...)
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
(...)
Constituição da República, 1988 (grifos adicionados)

É de conhecimento público e notório a situação de insegurança que vive a UnB. O espaço é amplo, os prédios são inseguros, os estacionamentos, escuros e os caminhos, ermos. Nesse contexto, ocorrências de agressão às pessoas e ao patrimônio ocorrem diuturnamente. Segundo registra a Prefeitura do Campus, houve 184 episódios desse tipo em 2010 no Darcy Ribeiro (estatística que é, possivelmente, bastante conservadora, se lembrarmos que muitas pessoas não procuram a Prefeitura após incidentes menos graves, ou sequer sabem que isso é possível ou aconselhável). Frente a esse quadro, o leitor pode se perguntar: mas e a polícia? A polícia, a quem compete justamente preservar a incolumidade das pessoas e do patrimônio, cadê?
Pois bem, a Polícia Militar até tem marcado tímida presença no Darcy Ribeiro nos últimos meses, fazendo rondas numa viatura, mas sabem os/as veteranos/as que, até o ano passado, a ação da PM nesse campus era zero. Agora, porém, a Administração tem felizmente conseguido fazer algum progresso. O processo estruturador de uma urgente atuação conjunta entre a segurança da UnB e a PM ainda está em etapas iniciais, bastante lento e travado, mas pelo menos já começa a sair do papel, com as novas rondas, a criação do Conselho Comunitário de Segurança e as ainda duvidosas e recém-instaladas câmeras de monitoramento. No entanto, vale lembrar que isso se deve mais à pressão da comunidade do que à presteza da Reitoria, como bem sabemos.
O corpo discente, como parte afetada e legítimo interessado, não esconde sua preocupação com a situação atual. Um evento no facebook, por exemplo, já com mais de 1.500 adeptos, convoca os/as estudantes a participar de um movimento pela presença da PM na Universidade. Em enquete no site do DCE, 40,4% dos/das respondentes disseram ser a favor de policiamento permanente na UnB e 80,3% aceitam alguma forma de presença da polícia nos campi. O movimento feminista também já foi enfático ao demandar medidas de segurança por parte da Reitoria, que continua conivente com casos de estupro e atentados ao pudor ocorridos no breu dos descampados. (Quando muito a Administração se esquiva da responsabilização e tão-somente pede ao GDF que instale iluminação nos gramados entre a L3 e a L2, mas insiste em não fazer seu próprio dever de casa.)
Sabemos que existe certa resistência à entrada da PM nas Universidades, sobretudo entre grupos de esquerda do movimento estudantil. Sabemos também que a polícia já foi usada nas Universidades para reprimir a livre manifestação do pensamento e das ideias e para perseguir inimigos políticos. Entretanto, consideramos que esses tempos passaram. Não podemos mais confundir autonomia universitária com soberania absoluta, relegando a Universidade ao caos em nome de uma ilusória liberdade. Os campi são área pública de livre acesso e devem ser policiados como qualquer outra área desse tipo no Brasil, visto que não há nenhuma proibição legal de que a PM atue nesses espaços.
Portanto, o policiamento que defendemos e que deve ser buscado junto à PM é o único compatível com os nossos princípios e com o Estado democrático de direito, qual seja, aquele que se preocupa com a integridade das pessoas e de seu patrimônio, bem como com a do patrimônio público. Portanto, a PM jamais poderá servir de mecanismo repressor da liberdade acadêmica, ou intervir em manifestações pacíficas ou problemas disciplinares e internos da UnB, como temem os avessos à proposta. Não veremos policiais se metendo em trotes, mas sim intervindo em assaltos, seqüestros etc. De resto, o fato de a polícia cometer eventuais e infelizes erros (que não são a regra) não apaga a verdade de que ela é muito necessária.
Como se pode ver, a ideia não é que polícia resolve todos os problemas. Sabemos que é preciso combinar uma série de medidas para garantir segurança—como iluminação, monitoramento, instalações mais protegidas etc.—e já atuamos nessas frentes de pressão. A própria segurança da UnB tem um papel complementar nesse esquema, atuando na vigilância do patrimônio da Universidade. É inegável, porém, que existem situações de violência que só um aparato policial pode enfrentar. Igualmente indiscutível é o fato de que a rua mais segura é aquela com um carro de polícia, bastando a sensação de vigilância para desencorajar muitas ocorrências indesejadas e a vigilância efetiva para prevenir outras mais.
Nessa linha, a Aliança pela Liberdade sempre defendeu o policiamento nos campi. Temos cumprido nosso papel como representantes discentes ao pressionar a Administração em direção a atitudes concretas. A atuação dos nossos membros nos Conselhos (CONSUNI, CAD e CEPE) é uma das formas pela qual agimos, sempre trazendo às instâncias colegiadas os problemas vividos pelos alunos e cobrando as ações necessárias. Também já tentamos contatar diretamente o reitor e o vice-reitor sobre esse problema específico, mas fomos frustrados ao ter reuniões canceladas mais de uma vez. Ainda, somos responsáveis pelo protocolo de documentos na Reitoria pedindo satisfações e medidas quanto à má iluminação pública, um dos principais problemas concernentes à segurança.
Para concluir, sabemos que a situação de segurança na UnB é um dos pontos mais delicados e importantes da pauta estudantil. Portanto, acreditamos que está mais que na hora de aumentar decisivamente a pressão, compelindo a Reitoria e a PM a levar adiante seus tão esperados planos de integração e ação efetiva. Porque não somente a Constituição prevê, mas os/as estudantes de todos os cursos e campi demandam.

*Henrique Felix é estudante de direito na UnB e membro Aliança pela Liberdade.

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