quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Membro da Aliança pela Liberdade é destaque no portal da UnB





Davi, 22, 9º semestre de Engenharia Elétrica, foi reconhecido por reduzir a qualidade de imagens em ressonâncias magnéticas


Diogo Lopes de Oliveira - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Desde cedo, Davi Marco Lyra Leite seguiu o conselho dos pais. “Seja útil”, eles diziam. Assim, o jovem que finaliza seu curso de graduação no próximo mês de junho, cresceu com a preocupação de melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Entrei na universidade com a certeza de que queria trabalhar com tecnologia médica. Só não sabia se em Física ou Engenharia”, relembrou Davi.

O reconhecimento ao esforço de Davi veio por meio de uma das mais conceituadas instituições de sua área, o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE). Ele recebeu o segundo lugar na categoria Engenharia Elétrica no Concurso de Papers Estudiantiles Región 9, que reuniu trabalhos de graduação e pós de dez países latinoamericanos.

A inovação do trabalho de Davi é tornar possível que mais de uma bobina possa colher dados durante a ressonância magnética. O resultado é bem útil: os pacientes passam menos tempo em exposição e não precisam prender a respiração ou ficar praticamente imóveis durante todo o exame. O artigo premiado foi escrito sob a orientação de João Luiz Carvalho, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB.

Além do recente prêmio, Davi já recebeu medalhas e distinções acadêmicas da Sociedade Brasileira de Física, do Exército Brasileiro, e da Sociedade Brasileira de Astronomia. O jovem pesquisador tem publicações no Caderno de Relações Internacionais da PUC-RJ e em congressos de iniciação científica regionais e nacionais.

PRINCÍPIO - O professor João Luiz explica o princípio da inovação elaborada por ele e por Davi: quanto maior a quantidade de bobinas (antenas) utilizadas na captação das imagens emitidas pelo corpo, melhor a qualidade do material. Ou seja, o aumento do número de bobinas diminui o tempo de coleta. “Na ressonância magnética, se você utiliza quatro bobinas em posições diferentes, consegue carregar as imagens na metade tempo”, esclarece. "Agora, que ganhamos tempo, precisamos trabalhar para otimizar a qualidade da imagem com quatro captadores”, explica Carvalho.

Existem boas chances de que, ao terminar a graduação, Davi parta diretamente para o doutorado na University of Southern Califórnia (USC), onde será orientado por Crishna Nayak, mesmo professor que ajudou Carvalho a redigir sua tese de doutorado que desenvolveu uma técnica para medir a velocidade do fluxo sanguíneo no organismo. Carvalho está otimista em relação a ida de seu aluno aos Estados Unidos. “Estou muito otimista. Conversei com Nayak e acho que Davi será aceito na equipe de doutorado do próximo ano letivo nos Estados Unidos”, garantiu.

Carvalho disse que desde que conheceu Davi, há três anos, seu aluno sempre quis estudar fora. “A busca de Davi por universidades nos Estados Unidos partiu dele mesmo”, assegurou. Para o docente, além dos prêmios recebidos por Davi, a USC deve valorizar os trabalhos voluntários desenvolvidos por seu aluno. Apesar da quase certeza de sua ida à América do Norte, Davi é cético: “Só vou acreditar quando estiver lá”, disse.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

APARTIDARISMO E IDEOLOGIA:

Réplica da Aliança pela Liberdade
Ainda que discordemos de alguns pontos do texto Apartidarismo e Ideologia, assinado pelo estudante Guilherme Riscalli (graduando em Filosofia pela USP), não podemos negar que o texto é bem escrito e que suas críticas são bem fundamentadas. Como o texto faz menção a quatro grupos estudantis de quatro universidades (UFRGS, UnB, UFMG e USP) e o trata em bloco, essa réplica se restringe apenas aos pontos em que a caracterização geral não se aplica a Aliança pela Liberdade.

Se compreendemos bem, a tese central do texto é que “esses grupos emergentes” não se enxergam como parte de uma “diversidade política” e negam a existência “de uma partição específica num coletivo social”. O texto possui ainda outras teses secundárias, das quais destaco: (1) a negação da ligação “óbvia” desses grupos com os partidos conservadores (PSDB, DEM e PP) e (2) esses grupos escondem suas intenções e fazem da política uma questão meramente técnica (quer dizer, de eficiência).

Para nós da Aliança pela Liberdade sempre esteve claro que atuamos dentro de uma arena política (a arena universitária), cujo público (os estudantes) não é homogêneo. Ora, como poderíamos achar que somos os únicos a representar a totalidade dos estudantes, se vencemos uma eleição disputada por oito chapas, onde obtivemos menos de 30% dos votos?

O corpo discente apresenta uma enorme pluralidade de opiniões, de interesses, de prioridades e de valores; entretanto, mesmo entre os grupos mais diversos, acreditamos que é possível sim encontrar elementos em comum pelo qual todos podem trabalhar. Não temos a pretensão de ser a única voz dos estudantes e dois gestos da atual gestão exemplificam o que digo. Em pouco mais de um mês de gestão, o Conselho de Entidades de Base (órgão deliberativo com representação dos CAs) foi convocado 4 vezes, uma freqüência muito maior do que se viu nas últimas gestões. Outro gesto foi a indicação dos componentes do Orçamento Participativo, que em 2012 irá gerir 10% dos recursos destinados a Assistência estudantil. Ao DCE cabia indicar todas as cadeiras, mas por iniciativa própria a diretoria destinou 3 cadeiras para cada um dos novos campi da UnB — nos quais chapas oposicionistas venceram; 7 vagas foram indicadas pelo Conselho de Entidade de Base (CEB). Muitos dos eleitos fazem oposição a atual gestão, alguns deles oriundos de chapas concorrentes, ficando o DCE apenas com duas dessas cadeiras.

Se quiséssemos exercer o poder sozinhos, por que convocar tanto os órgãos onde a oposição pode exercer o poder? Por que dividir cadeiras com pessoas que não são da gestão e que nos fazem oposição? O que mais queremos é que a política estudantil reflita a pluralidade existente no corpo discente e para isso é fundamental revitalizar os espaços de deliberação. Preferimos prejudicar a nossa agenda e nossas propostas, se esse for o preço a ser pago pela revitalização do ME. (Como mostrei, as eleições anuais para DCE e RDs, momento de maior mobilização estudantil, 82% dos estudantes preferiram não votar, sendo que em 2009 esse número era ainda maior).

Sobre a ligação “óbvia” com os “partidos conservadores”, quais sejam, PSDB, DEM e PP. A atual gestão, no ato da posse, apresentou certidões emitidas pelo TSE que comprovam a não filiação dos seus membros. A Aliança pela Liberdade não proíbe o ingresso de filiados a partidos políticos (como se costuma repetir). O filiado pode ingressar no grupo, mas não pode assumir cargos no DCE, não pode ser representante discente, nem assumir cargos internos na Aliança. Mentir sobre filiação partidária, ou não atualizar informações, é punido com expulsão do grupo, pois consideramos que honestidade, antes de ser uma qualidade, é um pré-requisito para quem faz política. Se o filiado quiser cooptar o grupo no interesse de seu partido e usar o ME como trampolim político, sua vida será dificultada pelas normas internas: isso deve explicar por que filiados não nos procuram.
Cabe ao autor o ônus de provar a ligação com da Aliança com aqueles ou com quaisquer outros partidos políticos. Se o autor achar ligações dos demais coletivos com os partidos, isso nada prova a nosso respeito. A escolha de tratar esses movimentos como um bloco é do autor, mas isso não exime de provar as afirmações gerais para cada uma das partes.

“Sua pretensão é a de superar as disputas políticas e aparecer como chapa branca, neutra”. Não somos chapa branca, ou neutra, nem a representação de todos, simplesmente porque não acreditamos em nada disso. A política universitária se caracteriza por uma infinidade de questões (tais como segurança, assistência estudantil, regras de convivência, financiamento de pesquisas, infra-estrutura entre inúmeras outras) e em todas elas os estudantes se dividem. As diferenças são tanto de prioridades (ou seja, dos fins últimos das políticas) como diferenças técnicas (ou seja, divergências quanto ao resultado esperado de uma dada política).

Não negamos o jogo político e participamos dele, do mesmo modo que o fazem as chapas ligadas ao PT, ao PC do B, PSB, PSTU, PSOL, PCO, ou os coletivos anarquistas. Dizer que somos “invólucros sem vontade, a serem preenchidos, sem atrito, sem resistência, pelo rosto desse mítico ‘todos” é ignorar nossa história, nossa atuação. Recomendo a leitura do texto “Prestação de contas a comunidade acadêmica”, onde sintetizamos um ano de atuação do grupo. Foram mais de 60 textos, onde nos posicionamos sobre os mais diversos temas da política estudantil.

Em suma, compartilhamos com Guilherme Riscalli os mesmos valores e as mesmas referências. Apenas não achamos que a crítica se aplique ao grupo estudantil Aliança pela Liberdade. A representação do todo e a pacificação da política foram levadas a cabo, ao longo do século XX, por regimes de direita e esquerda, que suprimiram liberdades civis e políticas, instituíram o unipartidarismo e calaram as vozes dissonantes. Caro Riscalli, tanto nossos princípios como nossas práticas se opõem a essa “pacificação da política” e nós repudiamos tanto ideias como regimes que sirvam a essa distopia.

Saulo Maia Said
Membro da Aliança pela Liberdade desde 2009
Graduado em História pela UnB e mestrando em Ciência Política pelo IESP-UERJ (antigo IUPERJ)

sábado, 10 de dezembro de 2011

URGENTE!


Colegas e visitantes,

Hoje teremos uma reunião de apresentação da Nova Gestão do DCE/UnB às 16h no Instituto de Biologia. Mais informações: http://www.dceunb.org/

O convite é para todas e todos aqueles que queiram conhecer o novo grupo, fazendo parte ou não da comunidade acadêmica.

Até lá!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A VITÓRIA DOS SEM PARTIDO


A política é um esforço tenaz e enérgico para atravessar grossas vigas de madeira. Tal esforço exige, a um só tempo, paixão e senso de proporções. É perfeitamente exato dizer — e toda a experiência histórica o confirma— que não se teria jamais alcançado o possível, se não se houvesse tentado o impossível.
Max Weber - Ciência e Política: duas vocações.


*Por Saulo Maia Said

Embora a vitória da Aliança pela Liberdade tenha recebido grande atenção da imprensa local e nacional, aqueles que tinham curiosidade em entender a vitória de um grupo pragmático, sem partidos ainda aguardavam uma análise mais profunda da questão. Entrego ao público um texto que analisa as seguintes questões:
  1. Para além das diferenças entre propostas, o que distingue a Aliança dos demais grupos em termos de atuação política e representação?
  2. Qual a relação da Aliança com os partidos políticos? Anti-partidarismo ou apartidarismo?
  3. A eleição de 2011 (para além da chapa vitoriosa) revela alguma tendência no grau de interesse do corpo discente pela política estudantil?
  4. O que motivou o aumento da votação em cursos que pouco votavam até 2010 e passaram a votar em 2011?
  5. Até que ponto a mudança de padrões eleitorais pode ser atribuído a Aliança pela Liberdade ou as demais chapas?
Boa parte dessas perguntas já foram feitas. O que ofereço ao público é uma análise empírica (com estatística descritiva), baseado em evidências eleitorais e em índices (como a taxa de comparecimento por cursos) que não figuram em nenhuma das análises feitas até então.

Acesse o artigo completo em PDF.

*Saulo Maia Said, graduado em História pela UnB (2007-2010), membro da Aliança pela Liberdade desde 2009. Atualmente é mestrando em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ), ex-IUPERJ.


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