A reunião começou pontualmente às 15h, e não houve nenhum informe muito relevante. O conselheiro Jaime comentou algumas mudanças de conceito CAPES de cursos das Biológicas. Aprovou-se a ata da reunião anterior, com uma correção sugerida pelo prof. Brussi, sobre uma fala mal transcrita.
Os 4 primeiros pontos de pauta (indicação de professores) foram aprovados em bloco. O ponto 2 era o projeto político-pedagógico para a criação do curso de Química Tecnológica. Márcio pediu mais detalhes sobre a avaliação do curso por outras instâncias até chegar ao CEPE. Outra aprovação, com unanimidade.
Como as decanas Denise Bomtempo e Márcia Abrahão não estavam na reunião, a discussão de 2.7 (revogação da resolução CEPE n. 29/2006) ficou prejudicada; como não era pauta urgente, o vice-reitor julgou melhor adiá-la. O mesmo ocorreu com 2.8 (recurso contra decisão da direção da FAV sobre carga horária), pois a professora que fez tal recurso sequer está nos quadros da universidade; leciona agora pela UFRGS.
Por último, seguiu-se uma longa discussão (a partir das 15:55) sobre as "diretrizes para a convivência intrauniversitária", com foco na questão do trote. Reiterando o que já foi demonstrado pelo relato da SECOM, não houve reviravoltas ou coisas do gênero do horário em que saí em diante.
Rafael, autor da polêmica cartilha sobre o trote, veio. Formado em Ciência Política pela UnB, ele diz que estuda tal tema desde 2000, focado nos "processos institucionais" que envolve o trote. Foi uma argumentação incisiva, em que chegou a citar Bourdieu. Falou nas três dimensões do trote: psicológica, antropológica e sociológica, e chegou a relacionar o "desejo de tomar trote" com a expansão da universidade e a "ascensão de classes sociais".
A profª Rachel Nunes foi a próxima a falar, enfatizando a necessidade de se abolir . Quando chegou a vez de os conselheiros falarem, o prof. Nascimento (IPOL) foi o primeiro, e voltou a criticar a ampliação indevida do conceito de trote. Gunther (Psicologia) ironicamente pediu desculpas por fazer um comentário elitista: considerou Rafael pouco qualificado para preparar uma cartilha sobre o tema; este poderia ter evitado polêmicas desnecessárias. Também alertou para a imprecisão de termos, ao se confundir trote com humilhação. Também atentou para a incompetência, pois 3 das fotos da cartilha sobre o trote mostravam estudantes "troteados" rindo. Por fim, alegou que uma das coisas graves quanto ao trote é que se aprende que "qualquer coisa vale".
Camila, estudante de Medicina e representante do DCE, criticou estudantes que acham que "trote é algo necessário" ou "liberdade de expressão", quando ele não passa de coerção. Lembrou que CAs não promovem trote, mas sim os alunos de 2º semstre. Sugeriu campanha ampla e institucional de conscientização.
A professora Andréa Maranhão sentenciou que nenhum processo de cidadania "pega" sem punição. Lembrou que seu instituto, o IB, responsabiliza-se pela recepção dos ingressantes.
Kaio Felipe (Aliança pela Liberdade) após brevemente comentar as falas de alguns que me antecederam, ressaltei o "relativismo moral" causado pelo trote que Gunther citou, e disse estar de acordo com que a profª Andréa disse a respeito da necessidade de normas de convivência e punição, além do processo educativo. Alegou que, embora não seja contra a idéia em si do trote, seu problema é quando ele é feito nas dependências universitárias, patrimônio público. Se há consentimento dos próprios calouros em levar trote, que o façam, mas fora da UnB - em festas, p.ex.
Raul Cardozo (DCE) disse que não basta dar liberdade, mas que é preciso "humanizar" o trote. Reafirmou a importância de as unidades acadêmicas cooperarem com os CAs nessa questão.
Márcio, conselheiro da Aliança, citou o exemplo de seu curso (Relações Internacionais), em que os próprios calouros pressionaram os veteranos a fazer trote. Considerou nem sempre sustentável o discurso do "Aqueles que sabem mais oprimem os que sabem menos". Ironizou as constantes notícias da SECOM sobre o trote da Agronomia, pois os estudantes deste curso vêem isso como uma forma de "promovê-lo". Ele também criticou a generalização do termo "trote", dizendo que há cursos cujo trote é bem mais leve e moderado; em muitos casos, é inclusive voluntário.
O prof. Jaime reiterou que a questão é um problema institucional. Seguiram-se outras falas, mas não houve reviravoltas na reunião, e tal pauta será mantida para a próxima. Percebe-se que não foi tomado nenhum encaminhamento concreto, o que foi criticado até pelo colunista do UOL, Josias de Souza.
Os 4 primeiros pontos de pauta (indicação de professores) foram aprovados em bloco. O ponto 2 era o projeto político-pedagógico para a criação do curso de Química Tecnológica. Márcio pediu mais detalhes sobre a avaliação do curso por outras instâncias até chegar ao CEPE. Outra aprovação, com unanimidade.
Como as decanas Denise Bomtempo e Márcia Abrahão não estavam na reunião, a discussão de 2.7 (revogação da resolução CEPE n. 29/2006) ficou prejudicada; como não era pauta urgente, o vice-reitor julgou melhor adiá-la. O mesmo ocorreu com 2.8 (recurso contra decisão da direção da FAV sobre carga horária), pois a professora que fez tal recurso sequer está nos quadros da universidade; leciona agora pela UFRGS.
Por último, seguiu-se uma longa discussão (a partir das 15:55) sobre as "diretrizes para a convivência intrauniversitária", com foco na questão do trote. Reiterando o que já foi demonstrado pelo relato da SECOM, não houve reviravoltas ou coisas do gênero do horário em que saí em diante.
Rafael, autor da polêmica cartilha sobre o trote, veio. Formado em Ciência Política pela UnB, ele diz que estuda tal tema desde 2000, focado nos "processos institucionais" que envolve o trote. Foi uma argumentação incisiva, em que chegou a citar Bourdieu. Falou nas três dimensões do trote: psicológica, antropológica e sociológica, e chegou a relacionar o "desejo de tomar trote" com a expansão da universidade e a "ascensão de classes sociais".
A profª Rachel Nunes foi a próxima a falar, enfatizando a necessidade de se abolir . Quando chegou a vez de os conselheiros falarem, o prof. Nascimento (IPOL) foi o primeiro, e voltou a criticar a ampliação indevida do conceito de trote. Gunther (Psicologia) ironicamente pediu desculpas por fazer um comentário elitista: considerou Rafael pouco qualificado para preparar uma cartilha sobre o tema; este poderia ter evitado polêmicas desnecessárias. Também alertou para a imprecisão de termos, ao se confundir trote com humilhação. Também atentou para a incompetência, pois 3 das fotos da cartilha sobre o trote mostravam estudantes "troteados" rindo. Por fim, alegou que uma das coisas graves quanto ao trote é que se aprende que "qualquer coisa vale".
Camila, estudante de Medicina e representante do DCE, criticou estudantes que acham que "trote é algo necessário" ou "liberdade de expressão", quando ele não passa de coerção. Lembrou que CAs não promovem trote, mas sim os alunos de 2º semstre. Sugeriu campanha ampla e institucional de conscientização.
A professora Andréa Maranhão sentenciou que nenhum processo de cidadania "pega" sem punição. Lembrou que seu instituto, o IB, responsabiliza-se pela recepção dos ingressantes.
Kaio Felipe (Aliança pela Liberdade) após brevemente comentar as falas de alguns que me antecederam, ressaltei o "relativismo moral" causado pelo trote que Gunther citou, e disse estar de acordo com que a profª Andréa disse a respeito da necessidade de normas de convivência e punição, além do processo educativo. Alegou que, embora não seja contra a idéia em si do trote, seu problema é quando ele é feito nas dependências universitárias, patrimônio público. Se há consentimento dos próprios calouros em levar trote, que o façam, mas fora da UnB - em festas, p.ex.
Raul Cardozo (DCE) disse que não basta dar liberdade, mas que é preciso "humanizar" o trote. Reafirmou a importância de as unidades acadêmicas cooperarem com os CAs nessa questão.
Márcio, conselheiro da Aliança, citou o exemplo de seu curso (Relações Internacionais), em que os próprios calouros pressionaram os veteranos a fazer trote. Considerou nem sempre sustentável o discurso do "Aqueles que sabem mais oprimem os que sabem menos". Ironizou as constantes notícias da SECOM sobre o trote da Agronomia, pois os estudantes deste curso vêem isso como uma forma de "promovê-lo". Ele também criticou a generalização do termo "trote", dizendo que há cursos cujo trote é bem mais leve e moderado; em muitos casos, é inclusive voluntário.
O prof. Jaime reiterou que a questão é um problema institucional. Seguiram-se outras falas, mas não houve reviravoltas na reunião, e tal pauta será mantida para a próxima. Percebe-se que não foi tomado nenhum encaminhamento concreto, o que foi criticado até pelo colunista do UOL, Josias de Souza.
Um comentário:
Achei o texto do Josias excelente. A verdade é que acredito cada vez mais que os decisores da UnB acreditam cada vez menos que podem realmente fazer algo de eficaz pelo lugar.
E faço uma pergunta: como é que vc produz um material para depois discuti-lo? isso sim é jogar dinheiro público no lixo. Um cara desses deveria ser responsabilizado pelo erro funcional que cometeu!QUE PAGUE PELO NOSSO DINHEIRO JOGADO FORA!
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