“É verdade que precisam
também dos investimentos industriais, das transformações agrícolas, das
exportações comerciais. [...]. Mas nada pode ter valor para eles [...] se não é
feito pelo esforço múltiplo e conjugado das equipes: dirigentes e
colaboradores, engenheiros e técnicos, pesquisadores e laboratoristas,
criadores e monitores. Desde agora, como o destino dos estudantes do Brasil
aparece como essencial e cheio de promessas!”
Charles De Gaulle, em
discurso na sua cerimônia de doutoramento honoris causa pela UnB, em 1969
A Universidade de
Brasília foi concebida para fazer a diferença no desenvolvimento regional e nacional.
O espírito de seus primeiros anos pode ser percebido no discurso da primeira pessoa
a receber o título de Doutor Honoris Causa pela UnB, o então presidente francês
Charles De Gaulle. Para isso, mostrava-se e ainda mostra-se mais que necessária
a integração da universidade com a sociedade, inclusive com o setor privado. E
poucos projetos atendem tanto a essa necessidade quanto o Parque Científico e
Tecnológico (PCTec-UnB).
Na definição da IASP¹
(International Association for Science and Technological Parks), um Parque
Científico e Tecnológico é uma organização gerenciada por profissionais
qualificados, que tem por objetivo gerar riquezas na comunidade, promover a
cultura de inovação e proporcionar a competitividade das empresas e institutos
de geração de conhecimento instalados no parque. Além disso, busca-se o aumento
do fluxo de informações e conhecimentos entre a universidade, instituições
voltadas para a pesquisa, empresas e mercados.
Na UnB, o estudo,
análises e implementação do projeto foram e estão sendo desenvolvidas pelo
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT), em seus aspectos
logísticos. O PCTec-UnB também está vinculado à estrutura gerencial do CDT. A
parte relativa aos aspectos físicos fica a cargo do Centro de Planejamento
Oscar Niemeyer (CEPLAN). Na formulação do projeto, esses órgãos contaram também
com o apoio de diversos pesquisadores e diretores de faculdades e institutos da
nossa universidade. O PCTec-UnB foi planejado para ter sua localização no
extremo sul do campus Darcy Ribeiro, ocupado 12% da área deste, num total de
486 mil m².
O PCTec-UnB tem seu enfoque
na pesquisa tecnológica, voltada para aplicações empresariais e de interesse
público. Para isso, ele conta com mecanismos de apoio ao surgimento e aplicação
de projetos. Entre esses mecanismos, podemos citar o exemplo da Incubadora de
Empresa de Base Tecnológica – IEBT – que oferece aos empreendimentos, além de
espaço físico, apoio a obtenção de investimentos, consultorias especializadas e
formação gerencial e estratégica. Há também o Hotel de Projetos, que consiste
num ambiente desenvolvido para locação de materiais de pesquisa e promoção de
grupos de pesquisadores ou de empresas.
Não à toa, há diversos
parques científicos e tecnológicos espalhados em países desenvolvidos. Havia no
Reino Unido, em 2005, mais de 60 parques; na França, mais de 80; nos Estados
Unidos e Canadá, há mais de 200, segundo dados da Anprotec. No Brasil, havia 22
parques científicos e tecnológicos em funcionamento, sendo sete na região
Sudeste e dez na região Sul.
Os primeiros passos
para o surgimento do projeto na UnB se deram ainda na década de 1980. Nos
tempos mais recentes, ele voltou a ser lembrado em 2007. Há dificuldades de
ordem burocrática para a implementação do PCTec-UnB. No entanto, é necessário
que a comunidade universitária não deixe a idéia de lado e promova incentivos
para seu sucesso.
O sucesso de projeto é
o caminho para o sucesso do desenvolvimento do planalto central brasileiro.
Precisamos dessa integração entre setor privado, pesquisadores, governos e
cientistas para promover o crescimento da UnB e o desenvolvimento tecnológico
da região. Além disso, só assim as expectativas que essa universidade dava à
comunidade em sua primeira década de existência irão se cumprir. Só assim o
destino dos estudantes dessa universidade cumprirá as promessas de outrora.
*Pedro Saad é estudante de direito e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB (CEPE). É o atual vice-presidente da Aliança pela Liberdade.
*Pedro Saad é estudante de direito e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB (CEPE). É o atual vice-presidente da Aliança pela Liberdade.
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