sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Liberdade no trote




por Davi Brito.



A função precípua da Universidade é produzir conhecimento com excelência.



É claro que isso não quer dizer que a vida universitária se restrinja a atividades de ensino, pesquisa e extensão. A relação amigável entre estudantes e todos os outros membros da comunidade universitária também tem seu papel essencial no desenvolvimento da academia. E, para isso, são necessárias atividade de integração, como por exemplo, reuniões nos Centros Acadêmicos, Happy Hours e trotes. Todas essas atividades têm seu papel na vida universitária, o problema é quando elas começam a gerar excessos ou a atrapalhar as atividades acadêmicas.



Neste texto, trataremos apenas o caso do trote.



O trote é um rito de passagem, um evento que marca o estudante no sentido em que ele começa a se responsabilizar pelas suas próprias escolhas: o que vai ser quando crescer, o quão sério vai levar seus estudos, se vale a pena se sujar com os colegas ao entrar na universidade...



Ninguém tem obrigação de gostar ou participar de trote algum, mas, sem dúvidas, existem pessoas que gostam e a cada novo semestre entram centenas de novos calouros na UnB que vão olhar o resultado do vestibular no teatro de arena esperando comemorar sua aprovação com ovos e farinha. O trote pode adquirir feições exageradas, mas isso é justificativa para proibi-lo taxativamente? Não seria melhor reprimir apenas as práticas abusivas?



É claro que sempre é um desafio definir o que é abuso e o que não é, mas coibir uma prática amplamente aceita (se você duvida que é aceita, saia pela universidade e pergunte aos calouros se eles querem trote ou não) no lugar de regulá-la seria simplesmente fugir do problema. O que deve ser feito é definirem-se regras claras e atuar em prol de sua aplicação.



Acreditamos que, como já foi dito, os trotes não podem atrapalhar atividades acadêmicas, especialmente aulas, logo, devem ocorrer fora dos prédios. Igualmente importante é não haver qualquer forma de constrangimento ou represália aos estudantes que não quiserem participar do trote, sendo que isso deve estar claro para todos os participantes. A Liberdade e a Excelência Acadêmica devem estar sempre em primeiro plano.



Outros tipos de excessos que devem ser igualmente proibidos são depredar a universidade ou deixá-la suja, atos homofóbicos e qualquer ato com potencial para machucar fisicamente (e não um simples “elefantinho”). Sugerimos, ainda, a criação de uma “semana do trote” que seria o momento do semestre em que os trotes seriam permitidos, a fim de que a liberdade de escolha do aluno aumentasse ainda mais, pois todos saberiam quando o trote poderia ocorrer. Além disso, o acompanhamento das condutas durantes os trotes por parte da administração universitária seria facilitado.



É claro que para que isso dê certo, é preciso uma atuação efetiva das autoridades competentes (Reitoria, Prefeitura, etc.) na hora de organizar as atividades e punir excessos, não descartadas as ações cíveis e penais cabíveis. Sem essa presença da administração da UnB, regular a prática seria tão inútil quanto proibi-las.



O trote é uma tradição e tradições evoluem, mudam. Se não existir mais trote daqui a alguns anos, paciência. O que não é tolerável é uma voz hipócrita e paternalista que se joga entre os ovos e os calouros com a desculpa de protegê-los, sendo que eles são os que mais querem a sujeira e a diversão para comemorar sua luta, sua aprovação e o começo de uma nova fase em suas vidas.



(Este texto expressa as opiniões da Aliança Pela Liberdade. Dúvidas ou críticas, comente!)

27 comentários:

Anônimo disse...

Lamentável a posição de vocês. Achei que iria ler um texto maduro, consciente, e leio uma coisa dessas. Um texto cuja maturidade não passa do verniz. Muito triste.

Tentando construir um texto equilibrado, vocês acabam aceitando a ideia de que a Universidade (da qual vocês fazem parte) é incapaz, não tem competência para acabar com os trotes.

A Universidade é, sim, um espaço, por excelência, de Ensino, Pesquisa e Extensão. Essa é a natureza que a distingue de outras instituições da nossa sociedade. Claro que, como um agrupamento de pessoas, ela também se torna um ambiente de amizade e interação entre as pessoas. Mas, por favor, não confundam as funções da Universidade. Ela não serve pra dar emprego pra Professor picareta, não serve pra garantir cafezinho ao servidor corpo-mole, e não serve de clube de festas para os estudantes. Sua função é realizar Ensino, Pesquisa e Extensão. É para isso que o contribuinte (cuja maioria nunca vai entrar nela como estudante) paga impostos para mantê-la. Não sejam egoístas: a Universidade é maior do que cada um de nós. Ela não existe para vocês. Levantem o pescoço e percebam que não estão no centro das coisas.

Outro absurdo que não posso deixar de comentar: "é preciso uma atuação efetiva das
autoridades competentes (Reitoria, Prefeitura, etc.) na hora de organizar as
atividades e punir excessos, não descartadas as ações cíveis e penais cabíveis.
Sem essa presença da administração da UnB, regular a prática seria tão inútil
quanto proibi-las."
Vocês realmente acham que cabe à Reitoria e à Prefeitura "Organizar" essa demonstração pública de desrespeito que é o trote? Vocês acham que a Reitoria faz a função de pais de alunos inconsequentes e que devem cuidar de seus excessos? A Reitoria tem - ou deveria ter -uma função técnica e acadêmica: garantir a observação de seu regimento e garantir a administração técnica nos limites democráticos estabelecidos pela Constituição, em prol do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. As Universidades do Brasil estão sucateadas. Por favor, não deem a elas mais responsabilidades além da função social que possuem.
É inútil proibir os trotes? Pois em Salamanca, ele não existe a quase 100 anos. Em Estrasburgo, onde estudei, a mais de 50. Na Sorbonne e em Bolonha (a universidade mais antiga do mundo), não há mais resquícios desssa prática medieval. Então, não tentei justiticar a infantilidade de certos alunos com quesitos de natureza humana.

Lamentável e triste olhar pro Brasil e ver como ele é incompetente em resolver seus problemas. É como ver a miséria e dizer: "Ah, mas é assim mesmo. Sempre vai haver ricos e pobres"; pra violência e dizer: "Mas a violência é da natureza humana, né..."; pro boolying dizer: "mas as pessoas são assim; assistem os alfas e os betas, e é normal que os alfas queiram se impor sobre os demais... é natural".
O trote ter que ser coibido, as pessoas precisam ser respeitadas em sua integridade, e a Universidade precisa exercer sua função social. Não se trata de proibir confraternizações, encontros de boas-vindas, ciclos de debate e discussão para os recém-chegados. Mas baderna, humilhação, depredação, não fazem parte disso. Vocês não iriam gostar se fossem a uma unidade de saúde do SUS (se é que conhecem alguma) e não tivessem atendimento porque os novos médicos concursados estão pedindo dinheiro no semáforo pra fazer churrascos dos "veteranos". Pensem que a sociedade também é cliente da Universidade. Ela exige produção acadêmica, ensino, pesquisa e extensão. Vocês não são donos da Universidade.

Deco disse...

Há uma série de conclusões/correlações absurdas no comentário do anônimo. Algumas são as seguintes:

1-Nós não aceitamos a idéia de que a Universidade acabe com o trote! Nós NÃO queremos acabar com ou proibir o trote. Foi tão difícil entender a conclusão mais óbvia de todo o texto!?

2-É fato que a Universidade não deve servir de salão de festas pra moçada, mas onde no texto isso está sendo defendido? Com um espaço livre enorme como a UnB tem, qual o problema dos estudantes realizarem comemorações e boas-vindas de modo ordeiro FORA dos prédios?

3-Ao longo de todo o texto deixamos bem claro que baderna, humilhação e depredação não podem ser tolerados.

4-Essa correlação entre médicos atendendo no SUS e alunos em sala de aula é brilhante. Vou deixar algum prêmio Nobel responder.

5-Nós TAMBÉM somos donos da Universidade. Como qualquer cidadão brasileiro, nós TAMBÉM somos donos. O fato é que o trote dentro dessas regulamentações parece ser a medida mais razoável para cuidar do problema. Dentro de um período adequado e breve para realização dos trotes, qual argumento poderia sustentar prejuízo acadêmico em função dos mesmos?

6-Parece-nos haver há algum tempo a existência de um certo Decanato de Assuntos Comunitários. Se for p/ proibir a prática, quem irá empenhar recursos, tempo e pessoal na tarefa? Onde está o fundamento da conclusão de que a regulamentação empenharia mais esforços do que a proibição? Você conclui isso a partir de algo dado: proibir vai funcionar. E se a proibição for, como tantas regras contra os costumes, amplamente rejeitada? Também não haverá dispêndio de recursos e tempo p/ apurar/instruir/julgar/punir?

Enfim, pessoalmente sou contra o trote. Não realizo e não me submeteria a outro. Tenho coisas mais inteligentes e divertidas p/ fazer com meu tempo. Contudo, não discordo da opinião do grupo de que tutelar brincadeiras e preferências alheias é arrogância e autoritarismo.

Fabio Lima disse...

Apoio e acrecento o seu comentário, Deco. A comparação sobre a ausência de trote em um punhado de universidades européias de pouco ou nada valhe para a UnB. Essas estão em contextos políticos, culturais e criminais extremamente diferentes - não que não possam ser uma referência eventualmente.
Hoje não há regra que proíba o trote, proibidos são os crimes contra a honra, a liberdade e a integridade física.

Nesse sentido que nós da Aliança somos favoráveis a uma séria regulação - que exige fiscalização e punição para ser efetiva - que proteja esses valores, mas não extirpe a liberdade daqueles que querem participar de trotesque podem sim, como são na maioria das vezes, inofensivos.

Quanto a leviana acusação de nos sentirmos donos da universidade, caro anônimo, você está no blog errado. Nosso objetivo é falar em nome do maior número possível de estudantes de forma responsável quando necessário atuar, na forma do estatuto e da liberdade de associação.

A Universidade de Brasília foi pensada por Darcy Ribeiro, no projeto aprovado pelo contribuinte, como um espaço de convivência pacífica, não só educacional, mas cultural e política - daí sua arquitetura que busca chamar o estudante a se empoderar e realizar todo tipo de evento legítimo de forma livre em seus gramados, teatros, auditórios, corredores e locais como o CO e o beiojódromo.
Universidade é muito mais que sala de aula. E o contribuinte reconhece a importância da autonomia universitária, como inscreveu na Constituição Federal.

Eduardo Nogueira disse...

Não é por nada não, galera, mas eu até entendo o comentário do seu anônimo aí em cima (apesar de não concordar totalmente com ele).
Acho que existem trotes e trotes, mas no final das contas, sempre acontecem exageros muito tristes. Gosto da UnB, mas achei muito chato o que aconteceu na Agronomia nesses ultimos tempos (mas acho massa a ideia lá da Ciência Política, de receber os calouros e talz). Tem casos que acho mesmo que o cara merece punição exemplar e, se exagerar, jubilar mesmo.
Sei que não vou agradar todo mundo, mas também sou contra os trotes. Seu anônimo tava muito estressado, mas eu até entendo e não condeno (e não apoio o trote, foi mal).
Falows...

Jussara Emídio disse...

Também sou contra o trote e acho que não devia ser permitido no Campus.

Grata.

Saulo Said. disse...

Sr. anônimo, tornar público um pensamento é sujeitá-lo as mais diversas críticas e juizos. Como o público não é uma massa como queriam certos sociólogos de Frankfurt (a burguesia entediada, surgem descontentamentos dispares. Uns diriam que o texto do Davi é muito moralista, outros dirão que é muito permissivo.

O que eu acho que lhe escapou é a natureza dos trotes. Certa vez li uma dessas frases anônimas que reflete bem a situação dos trotes da UnB. Dizia a frase que a notícia não o cachorro morder o homem, mas sim o homem morder o cachorro.

Essa é a situação dos trotes. Quando o trote se transforma em excesso, violência ou constrangimento, vira notícia. Quando trotes comuns e respeitosos são feitos, ninguém comenta.

Quem acompanha de fora acaba transformando em regra aquilo que, dentro da Universidade, é o aberrante. Há duas semanas, por exemplo, acompanhei de perto a preparação do trote na História. Voluntário, limpo, sem humilhação ou ofensas. Os alunos percorriam a universidade em busca de locais através das pistas, respondiam perguntas sobre a Universidade e coisas do gênero. Alguém ouviu falar? Não, isso é o cão mordendo o homem, ninguém quer saber.

A sua crítica, embora bem fundamentada em termos gerias, tem contradições graves. Se você argumenta que a reitoria não tem pessoal para regular o excesso nos trotes, então teria ela pessoal para proibi-lo?

Na Aliança pela Liberdade sempre ocorrem debates sobre os trote e as divergências são muitas e, em alguns casos, acaloradas. Esse texto, porém, consegue satisfazer algumas posições consensuais: (1) o trote deve ser voluntário, (2) depredação de patrimônio ou prejuizo as aulas não deve ser aceito, (3) violência deve ser tratada com os rigores da lei e (4) excessos devem ser punidos administrativa e (se for o caso) criminalmente.

Davi Brito disse...

Eu escrevi o texto após debates e mais debates dentro de nosso grupo. Já explicaram acima as posições do grupo, direi então minha posição pessoal: odeio sujeira.

Não participei e nem participaria de trote sujo, não mesmo. O que não podemos aceitar é a hipocrisia e o paternalismo de pessoas que querem impor suas opiniões forçosamente a outros, deixe quem quer se sujar se sujar em paz, oras! Se não atrapalhar a função precípua da universidade e nem ferir a liberdade de ninguém, por que não?! Me dêem um só motivo!

O modo como o DCE se articulou com o CAFAU foi exemplar, o diálogo venceu uma prática que não julgavam saudável, eu apóio completamente. Mas a cena de pessoas com guarda-chuvas entrando na frente de quem quer o trote além de ridícula é, no mínimo, autoritária. Não foram dadas outras opções de comemoração para os recém-aprovados, não perguntaram a eles o que eles queriam, só entraram na frente, como que dizendo: "não estou nem aí pro que vocês medievais pensam, nós somos iluminados e vamos te salvar da sua selvageria!"

Ao Eduardo Nogueira, que comentou acima e parece ter uma postura aberta ao diálogo (diferente do anônimo), exageros não acontecem sempre nos trotes. Ocorrem trotes de quase todos os cursos todos semeste (isso só na UnB) e de quantos exageros vc já ouviu falar? A maioria dos trotes ocorre tranquilamente e a nossa intenção é que a prática se torna mais tranquila ainda.

Obrigado pelo comentário!

Diogo disse...

Putz, debate complicado...
Mas acho que também a situação é difícil, com todo o respeito. O pessoal do Blog quer construir um discurso delicado, porque fica em uma linha bem estreita, galera: tem a defesa da liberdad de participar do trote, mas condena a sujeira no campus; fala que quem num que, num participa, mas como diferenciar? fala da possibilidade de punição dos exageros, mas e se o que parecia uma brincadeira virar coisa séria? Lá na Ciência Política, antes de ter a semana do Calouro (que é uma ótima ideia), já teve caso de grávida que num pôde sair da brincadeira de trote, mesmo não querendo ficar. Parece que ces queriam ficar bem com o maior número de pessoas, defendendo uma coisa ampla, mas, aí, deixaram todo mundo meio sem entender o qeu vcs querem. Até o tiozinho do Anônimo (deve ser tiozinho, né?)emputeceu e ficou perdido. Enfim: na hora da bagunça, separar estas coisas não é fácil. Sei lá.
Num tô dizendo que calouro e "vetereno" não possam se sacanear mutuamente e virar amigo depois. Só acho que num deve ser feito nos espaços da UnB com concordância - ou tolerância - tácita da Reitoria. Se quer fazer, marca um churrasco, faz uma festinha, vai pra apcef. Sei lá. Aí, se o pau quebrar por lá, o cara responde, civil e criminalmente (pois ninguém é mais criança). Agora, acho qeu num é legal Reitoria deixar isso aocntecer no campus não. Lá no teatro de arena, cansei de ver povo saindo resmungando, dizendo que só tinha ido ver e levou tintada (foda é o cara que vai la ver, descobre q num passou, e ainda leva ovada...).
Sei lá. Acho que dá uma imagem ruim da UnB, pra quem é de fora da universidade.
Pronto, falei. Prometi que num ia escrever, mas acabei escrevendo. Mas, assim, a crítica é na boa.

Mufaza disse...

Galera, sinceramente eu não entendo: qual é o problema de uma menina chupar uma linguiça lambuzada de leite condensado.É sim algo que chama a atenção por ir contra valores "tradicionais", mas por que há algo tão intenso no sentido de alterar isso, por que incomoda as pessoas, quais os valores estão por trás? Sinceramente fico abismado diante de tão grande normativação...

Gostaria de saber a opinião da Aliança da Liberdade, que tenho tido grande afinidade intelectual sobre tal fato, se deve ser interferido e por quê.

Wanessa Tostes Aragão disse...

Nos princípios do Blog: "Somos estudantes como VOCÊ, cansados do marasmo do movimento estudantil atual - dominado por velhos bordões ideológicos que nada dizem."
Acho que vcs ainda não conseguiram. Esforcem-se mais. Tô vendo os mesmos bordões de sempre.

Engraçado. Estudantes que querem mostrar algo novo defendendo uma prática medieval (o trote).

Num intindi.

Deco disse...

Wanessa, os mesmos bordões de sempre seriam...?

Celso Gotardo disse...

Pedro, não tem problema nenhum. Aliás, ela pode chupar o q quiser. Mas faz isso em uma festa particular, entre os amigos. Num põe a universidade no meio não. Pô, fazer isso na unb, apavorando geral, humilhando, dando uma de homenzinho... aí é foda.
Essa coisa da universidade ter ou não recurso pra fiscalizar tá meio estranha. Já parte da ideia de que cabe a universidade ficar vigiando, com função de repressão, andando pelos corredores pra ver se tem trote ou não. E engraçado que isso sai justamente de quem tá defendendo o danado. Num precisa ficar de ostensão, tipo PM, não. Estabelece que é proibido nos espaços da unb e pronto. Se acontecer, basta esperar denúncia, montar um inquérito administrativo (sei lá o nome) e punir. Num tem essa de gato e rato, pique-esconde, "vc não me pega". Isso é coisa de criança e só mostra o nível de infantilidade da nossa conversa. Mas tem que punir mesmo. Nada de passar mão na cabeça não.
Aí, Wanessa tá certa: é sempre a mesma coisa mesmo. Cara fica falando que "nós somos diferentes", "daqui pra frente, é outra coisa", num sei mais o que. Mas, no final, é todo mundo querendo ser um Che da vida, cheio de palavra de ordem e complicando ("problematizando", como preferem) o que já é complicado. Tanto problema na unb, no brasil, e esse povo defendendo trote. Dá um tempo, vai...

Saulo Said. disse...

Não quero bancar o historiador chato, mas a Universidade também é uma instituição medieval e algumas das universidades de ponta na atualidade nasceram de mosteiros.

Deco disse...

Eu ainda vou entender a correlação entre Che Guevara e o debate sobre um fato cotidiano da UnB que é o trote. Alguém explica?

Anônimo disse...

Então as universidades que fazem trote hoje vão ser as de ponta de amanhã (é isso?). Essa é a sua filosofia da história?

Caraca, a tua foi pior que a do anônimo (o primeiro, né; já sô o segundo). Senta lá, cláudia...

Anônimo disse...

Cara acho que ele tá querendo dizer que tipo vcs ficam falando, falando, querendo dar de libertador dos oprimidos e tal, pra pagar de bonitinho pras minas, de intelectual pros mano, pra ouvir Geraldo Vandré e depois ir pro Por do Sol (ou do genero, saca? vcs podem ir pra outro lugar tb), como tudo mundo dessa turma. Mas, no final, na prática mesmo, na tora, não muda nada (nem o mundo muda, nem o trote fica mais tranquilo, ou acaba). Acho que é isso.

Fabio disse...

"Tanto problema na unb, no brasil, e esse povo defendendo trote. Dá um tempo, vai.."

1- A mesma lógica serviria pra concluir que não se deve combater o trote.
2- Não somos Ches de nada, apenas nos posicionamos sobre um tema que já está na agenda do dia da universidade e recorrentemente do Brasil, graças a matérias um tanto sensacionalistas.
3 - Buscamos uma posição o mais consensual sim, pois somos um grupo plural e democrático internamente e que não acredita em verdades finais que apenas a vanguarda social(os ches) dominem.

Abs.

Unknown disse...

Baita hipocrisia hein.

Defender punição para os trotes nos conselhos pra agradar os professores.

Daí vem no orkut defender o direito de fazer o trote.

Isso daí é demagogia pura da Aliança...

Saulo Said. disse...

Não, isso não prova que o trote leva a ao desenvolvimento da universidade.

O que eu quis dizer, basicamente, é que é uma ESTUPIDEZ desqualificar uma ideia pela idade que ela tem. Tipo, "ah isso é medieval, logo é feio e mal". Por isso citei um exemplo em contrário: se tudo que é medieval é ruim e inadmissível, então devemos abolir a própria universidade. Chama-se redução ao absurdo.

Saulo Said. disse...

Yuri, caro colega de curso. Você transformou a questão num mero jogo de palavras criando uma falácia tola. E digo isso não para ofender, mas apenas para lembrá-lo a empregar a inteligência que tem.

O trote que a Aliança pede punição nos conselhos é :
1. O trote violento.
2. O trote imposto aos estudantes.
3. O trote que depreda patrimônio público.
4. O trote que atrapalha as aulas.
E assim sucessivamente.

O trote que defendemos é basicamente a negação do que foi enumerado.

Há trotes e trotes, meu caro. Não podemos ter um mesmo juízo sobre situações diametralmente opostas.

Fabíola disse...

Ai, gente! Então porque a gente só não muda o nome das coisas?!! Pára de chamar de trote e chama de "recepção aos calouros", "ciclo de palestras da semana de boas-vindas", "semana de acolhimento". Porque essa palavra "trote" tá mesmo associada à baderna, bagunça, depredação, humilhação. Por exemplo: na Ciência Política, tinha uma recepção (não sei se ainda tem) muito positiva que eu não posso chamar de trote. Era uma semana de palestras, de visitas ao Congresso, de campanhas em prol da doação de sangue. Vcs podem ter certeza que ninguém nunca vai ser contra isso. Vai ser contra as babaquices da engenharia, da agronomia. Trote pra mim é o que eles fazem. Brincadeira, sacanagenzinha, pode até ter, mas fora da universidade, por favor. Daí, ficar usando o mesmo termo dá mesmo a impressão de que vcs tão defendendo a bagunça, ou tão querendo só ser rebelde mesmo.
Que estresse, gente...

BrainOrb disse...

"Acho que existem trotes e trotes, mas no final das contas, sempre acontecem exageros muito tristes."

Eduardo, somente poucas vezes acontecem exageros. E nas poucas vezes que acontecem, eles são exagerados pela mídia (vide trote de Redes que o calouro caiu no chão e cortou o queixo). Tem de se tomar cuidado, mas não proibir tudo. Em geral, os calouros QUEREM trote.

Davi Brito disse...

Gente, não é apenas uma questão de valores. Eu já disse que eu não gosto de trote, mas não é por isso que eu vou impedir que quem gosta partcipe. Acho certas músicas de muitíssimo mal gosto, mas nem por isso eu entro entre seues ouvintes e os carros de som de quem as coloca pra tocar dizendo que estou protegendo quem quer ouvi-la de seu gosto não civilizado.

Inclusive, em qualquer festa da UnB (inclusive QUALQUER uma que o DCE organize) tocam músicas que degradam a mulher muito mais que qualquer trote da agronomia. Quanto a isso o DCE não entra no meio, mas sim promove. O que torna o trote mais degradante que determinados funks que tocam em toda festa da UnB? Na minha opinião, a única coisa que poderia tornar o trote pior que a festa seria alguém ser obrigado a participar (já que ninguém é obrigado a ir a festas). É aí que entra nossa posição (que não serve para agradar professores, afinal, qual é o interesse deles nisso? E o que ganharíamos com isso?), somos contra tudo que atente contra a Liberdade. Ninguém deve ser forçado a nada.

Desculpem minha possível ignorância, mas não vi nenhuma incoerência e nem oportunismo político em nossa posição. Se alguém viu algum, aponte em tópico claro e coeso para que possa ser devidamente respondido, por favor. Comparações esdrúxulas e ofensas a nossa idoneidade não ajudam a promover o debate nem a construção coletiva de opiniões. Defendemos uma posição que acreditamos ser a de enorme parte dos estudantes da UnB, se ela for incoerente, o mínimo que podemo fazer e admitir isso e nos desculpar publicamente.

Cordialmente,
Davi Brito.

Unknown disse...

Acho interessante fazer apologia à punição dos trotes em Conselhos, como por exemplo, no CEPE, e na vista da maioria dos estudantes, quando o assunto toma proporções que suscitam o debate, não haver em vocês coragem para defender a posição que sempre lhes coube.

Remonta o ano passado quando, no calor das eleições, descobriu-se que o Thiago Matias, supostamente alheio ao apartidarismo da AL e na época integrante do grupo, concorria ao cargo de Deputado pelo estado de Goiás.

Mesmo não concordando, tinha algum respeito pelas posições ideológicas de vcs, mas agora que a ideologia se traduziu em franco oportunismo, desfaz-se também o meu respeito e aflora-me a indignação.

Deco disse...

Carol, vc só diz bobagem. No CEPE defendemos exatamente o mesmo que aqui é defendido: punição p/ os excessos, ou vc teve preguiça de ler o texto?

E que conversa louca é essa sobre o Thiago Matias? Imediatamente que foi descoberta a filiação dele (ele mentia p/ o grupo dizendo não ser filiado), ele retirou-se do Consuni, bem como da Aliança. Onde está o oportunismo?

A única coisa que vi aflorar foi sua ignorância a respeito dos fatos.

Loiane Macedo disse...

Os alunos podem fazer o que quiserem. Na grande maioria, são adultos. Querem trote? Façam. Vocês precisam do apoio político dos estudantes? Nada mais legítimo quererem defendê-los. Mas não dá pra Universidade ficar alheia a isso, não. Querem fazer trote, marquem num clubezinho na beira do Lago onde papai e mamãe são sócios, bota na cobertura lá do Sudoeste onde eles moram. Mas porque tem que ser no meio do Campus? Querem ser os reizinhos da UnB? Ah!!! Dá um tempo! Tá na hora de crescer e aparecer. Sou contra.
Se houver um ÚNICO exagero em meio a inúmeros trotes, já está errado. Se quiser exagerar, exagera em casa, toma cachaça em casa, pede pro povo lamber coisa em casa. Vai dar pra fazer, inclusive, muito mais coisa. Mas não bota o resto dos estudantes que não gostam do trote no meio, não, por favor (sou estudante e NÃO QUERO trote no Campus; quem vai me representar?).

Anônimo disse...

"Mas a cena de pessoas com guarda-chuvas entrando na frente de quem quer o trote além de ridícula é, no mínimo, autoritária. Não foram dadas outras opções de comemoração para os recém-aprovados, não perguntaram a eles o que eles queriam, só entraram na frente, como que dizendo: "não estou nem aí pro que vocês medievais pensam, nós somos iluminados e vamos te salvar da sua selvageria!""

Davi, tinham 2 listas. Os que quisessem se sujar poderiam ir para a outra. A maioria das pessoas preferiu ir para a lista em que os guarda-chuvas estavam, justamente para NÃO SE SUJAR!
Ah, e muitas pessoas levaram ovadas e farinhadas pelas costas enquanto ainda estavam vendo o nome na lista, logo nem sabiam se eram recém-aprovadas. Nem perguntaram para elas se elas queriam se sujar, e foram sujas.
Quem quis se sujar naquele dia se sujou tranquilamente.

Em vários pontos, pelo fato de vocês não acompanharem de perto
o que acontece na realidade nesses trotes, discordo toalmente.

Mas nesse ponto a análise de vocês falhou por não se contrapor com o que aconteceu. O que vocês acham?

Blog da Liberdade