segunda-feira, 26 de março de 2012

Amyr Klink leva pau da Secom/UnB em como inquietar alguém!


*Por André Maia


Estou inquieto. Na tarde do dia 16 de março de 2012 as/os estudantes da UnB, por meio de seu Diretório Central, organizaram na Câmara Legislativa do Distrito Federal audiência PÚBLICA sobre segurança nos campi de nossa universidade. Após quase uma semana do evento, a Secretaria de Comunicação da mesma universidade não publicou nem mesmo uma nota de rodapé sobre o fato.

  • Foi a primeira vez que discentes tiveram essa iniciativa.
  • O evento mobilizou dezenas de estudantes.
  • O evento mobilizou vários docentes e técnicos da UnB.
  • O evento mobilizou diversas autoridades especializadas do DF.
  • O evento teve repercussão no maior canal de TV do país e em outros veículos de mídia.
E NEM MESMO UMA NOTA DE RODAPÉ!?

Temos psicopatas divulgando uma nojenta campanha de ódio contra estudantes da casa, uma Audiência Pública sobre SEGURANÇA é organizada e a Secom não repercute a iniciativa!? Senso de responsabilidade, você estaria navegando pelos mares do senhor Klink ou já chegou ao mundo da lua?

Este escriba, após tantos anos de casa, está inquieto. Não é preciso cruzar os oceanos para descobrir que essa postura é realmente incomum. É autista? É desonesta? Talvez o chato autor seja apenas lerdo e não tenha encontrado a nota de rodapé. Talvez.

Curioso, ainda, é encontrarmos destacada repercussão para o debate sobre as regras eleitorais. Com o título “PARIDADE”, a Secom divulga notícia em que diz que o Movimento Estudantil da UnB está debatendo as regras do processo de consulta para o posto de reitor. Interessante que o título não seja “Processo Eleitoral” ou “Regras de Consulta”, mas “PARIDADE”! Bem, se não fosse com dinheiro PÚBLICO que essa aclamada instituição de (prop...) jornalismo funcionasse, tudo bem! Tudo ótimo! Mas desde quando essa Secom está no direito de OMITIR fatos tão notoriamente/comprovadamente relevantes!? As pessoas devem ter compromisso com seus salários e com seus nomes. In casu, o interesse público responde pelos dois.

Em tempo 1: Não bastasse isso, ainda temos de ler: "Intensificadas nos últimos dois anos, as medidas incluem campanhas, como a de conscientização dos calouros durante a cerimônia de recepção aos novatos organizada pela Reitoria, e os trotes solidários organizados por vários centros acadêmicos. No ano passado, a campanha ganhou o reforço do DCE, quando coordenadores do Diretório montaram barreira para proteger calouros alvo das tintas e ovos arremessados durante a divulgação dos resultados do vestibular.” Leia mais aqui: Relator pede o fim dos trotes

Este ano não? A proposta do DCE de dois trotes não é evitar abusos e constrangimentos? As matérias da própria Secom mostravam o sucesso da medida e a FELICIDADE dos alunos que ESCOLHERAM se sujar! Leia aqui: UnB lotada para divulgação do resultado do vestibular

Tudo isso agora é escondido? A moça sorrindo na foto deveria ser defendida por um tutor segurando um guarda-chuva? Ela própria decidiu não ser tutelada, mas a memória anda curta...

Em tempo 2: Tive notícia de que rolou divertidíssimo debate sobre PM SIM X PM NÃO promovido pelo DCE/UnB no dia 14 de março. É bonito quando jovens se comportam como jovens e não têm medo em debater seus tabus. Não, claro que não houve um lado vencedor. Isso é apenas parte do sistema lúdico do debate. Desde quando 200 pessoas em um auditório respondem pela universidade (salvo institucionalmente previstas, claro. Algum anarquista revolts já ia ficando empolgado)? De todo modo, é sintomático que professores e estudantes tão qualificados, ocupados e com visões distintas tenham a coragem e civilidade de sentarem à mesa para discutir “vacas sagradas”. Em síntese, é lindo quando a universidade parece um pouco mais universidade e um pouco menos igreja. Nada contra igrejas, pois inclusive freqüento orgulhosamente a minha, mas, como diria o filósofo, in se quadro unusquisque insidere

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Estes comentários não expressam a opinião da Aliança pela Liberdade e, muitíssimo menos, do DCE/UnB. São apenas reflexo de alguém que está puto e revoltado com uma postura desrespeitosa, mas que nem por isso pode perder o humor e deixar de rir das próprias tragédias.


*André Maia é graduado em Relações Internacionais e graduando em Direito, ambos pela UnB. É membro fundador e Presidente de Honra da Aliança pela Liberdade.

4 comentários:

Deco disse...

EM TEMPO TRÊêÊÊSSSS: adoro o Amy Klink, que tive o prazer de conhecer anos atrás. Adoro as aulas da inquietação, em especial quando se afastam da vocação "Madraçal way of life". A do Amyr foi linda. Apenas para enfatizar que o ponto do texto não é esse. ;o)

Davi Brito disse...

Primeiro, sagaz esse título!

Só um comentário, o debate citado no "em tempo 2" contou com aproximadamente 200 pessoas, também fez parte da Semana de Segurança, e também não foi noticiado pela Secom, que havia nos informado que cobriria a Semana... Felizmente, pudemos contar com outras mídias, que reportaram não só o debate, mas todo este trabalho que pode marcar a segurança na UnB.

Camila Damasceno disse...

1) Que a Secom atua de forma ruim, veiculando notícias mal ou nada apuradas e que funciona hj, na prática, como mero instrumento de propaganda da reitoria, concordo. E acho, inclusive, que devemos pautar a construção coletiva de dispositivos de controle social da Secretaria. Agora, 2) Não, não foi a primeira vez que discentes tiveram essa iniciativa: em 2011 a gestão Amanhã Vai Ser Maior! tbm realizou uma audiência pública sobre segurança na UnB, que aconteceu no ICC com participação de estudantes, servidores, professores, movimento da população de rua do DF e a polícia militar.

Deco disse...

Camila, como dito, discordo que tenha dado essa impressão. O intuito foi de dizer que foi a primeira AP sobre Segurança realizada na CLDF para a UnB. Mas, de todo modo, seu esclarecimento é muito bom para todos!
Obrigado!

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