quinta-feira, 19 de maio de 2011

Restaurante Universitário: Quando comer torna-se um ato de bravura


*Por Mateus Lôbo

Não é novidade que o nosso Restaurante Universitário está cada vez mais precário. Embora tenha passado por ampla reforma em 2010, é exorbitante o número de vezes que o mesmo restaurante foi fechado desde então por problemas na já lendária caldeira. Alguns dizem que ela pode explodir a qualquer momento.

Amanhã e sábado será a próxima vez que o R.U. fechará para reparos na bendita caldeira. Ao abrir-se o site do Restaurante lê-se:

Comunicamos que nos dias 20 e 21 de maio o Restaurante Universitário de Brasília estará fechado, pois haverá uma reforma na Caldeira.

Além disso, é gritante a má conservação do ambiente do restaurante e, sobretudo, a má higienização dos pratos disponibilizados para o usuário. Ontem, por exemplo, fui brindado com um prato "limpo" contendo restos de laranja e um segundo com restos de vegetais.

Assim, juntando o sujo com a estrutura precária do R.U., eu e meus colegas desta Aliança pela Liberdade protocolamos hoje na UnB o documento abaixo. Agora é esperar uma resposta dos reclamados.




Brasília, 19 de maio de 2011.


Magnífico Reitor José Geraldo de Souza Júnior,

Vossa Senhoria Decano de Assuntos Comunitários,

Prezada Diretora do Restaurante Universitário da Universidade de Brasília,


Desde o início deste semestre é notável aos usuários do R.U. a má higienização dos pratos disponibilizados para a realização de refeições e a constante ausência de guardanapos, em franco desrespeito às normas da Vigilância Sanitária.
Reiteradas vezes em pratos ainda não utilizados encontrei restos de comida. Ontem, por exemplo, encontrei restos de laranja em um prato e, em outro, restos de vegetais. Estando no refeitório 1, dirigi-me à nutricionista-estagiária presente ao local e registrei o fato.

Ademais, para o meu espanto, funcionários do R.U (enquanto eu registrava ter encontrado restos de alimentos em pratos "limpos") me disseram que isto vêm ocorrendo, pois lavam diariamente à mão mais de 1000 pratos, quando estes deveriam ser lavados por uma máquina.

Pergunto ao senhores: Este Restaurante, ao oferecer aos seus usuários pratos sujos à sua alimentação, obedece às regras da Vigilância Sanitária?
É procedente a informação que parte dos pratos disponibilizados ao usuário do R.U. são lavados à mão? Isso obedece às regras da Vigilância Sanitária?

Ademais, ao usuário do R.U, além de pratos sujos, é reservada também a espera freqüente por mais de 40 minutos em filas antes de realizar suas refeições. Não obstante, há dois refeitórios habitualmente fechados no último andar do Restaurante. Por que, mesmo após a ampla reforma que esse R.U. passou durante o ano anterior, ainda contamos com refeitórios fechados em uma Universidade que se expande anualmente?

Ressalto, também, que desde o ano passado o R.U. não conta com um sistema de catracas eletrônicas e tampouco com um sistema, outrora vigente, que possibilite a recarga antecipada de créditos nas carteirinhas. Por quê? Se o sistema era vigente até 2009, por que não o é mais?

Finalmente, no último dia 10 de maio a comunidade universitária da Universidade de Brasília foi surpreendida por um R.U. de portas fechadas. Como noticiou a UnBsecom, isso se deveu, novamente, ao atraso no pagamento dos funcionários do restaurante. Por quê? O que a diretoria deste Restaurante e, principalmente, a Administração Superior fez e tem feito para que o R.U. não feche mais as portas devido ao não-pagamento de seus funcionários?

Aguardo um posicionamento oficial dos reclamados e alerto, se não forem tomadas medidas públicas para regularizar a higiene do Restaurante, acionarei a Vigilância Sanitária.

Respeitosamente,

Mateus Lôbo de Aquino Moura e Silva,
Conselheiro discente no Conselho Superior Universitário (CONSUNI).


Subscrevem este documento:

Alexandre Neves,
Conselheiro discente no Conselho de Administração (CAD).

Davi Rodrigues Brito,
Conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).

Kaio Felipe Mendes de Oliveira Santos
Conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE).

Rodrigo Lyra,
Conselheiro discente no Conselho Superior Universitário (CONSUNI).

2 comentários:

Maira disse...

Disse muito! Parabéns pela iniciativa, torço para que surja muito efeito!

Anônimo disse...

Não sou aluno da UnB, mas só lembrando que o R.U. é uma alternativa pra comer perto da faculdade, mas também é a única opção para alguns alunos com poucas condições... R.U deve ser levado a sério...

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