domingo, 18 de novembro de 2012

Uma nova fonte de financiamento para uma UnB livre


Semeando a cultura de doações de ex-alunos


*Por Iago Affonso

É tradição nas melhores universidades americanas e europeias que doações de ex-alunos ajudem a financiar as universidades. Não raro, 30-50% do financiamento das pesquisas destas universidades é custeado pelos fundos patrimoniais (endowment funds) mantidos exclusivamente por doações. Em algumas universidades, o fundo patrimonial é a maior fonte de recursos da instituição, como demonstra o gráfico de receitas da Universidade de Yale - 7ª melhor universidade do mundo segundo o ranking QS World Universities - entre 2010 e 2011:



 Fonte: www.yale.edu/finance/controller/resources/docs/finrep10-11.pdf


Dessa forma, a universidade passa a contar com uma fonte vitalícia de recursos, garantindo, assim, maior autonomia de pesquisa e maior segurança financeira frente às intempéries políticas que possam vir a afligir a definição do orçamento das universidades federais. Ainda que não substitua o financiamento governamental das universidades brasileiras, os fundos mantidos por doações de ex-alunos, familiares e demais amigos da educação, pode vir a se tornar uma importante fonte complementar de recursos que possa aumentar o número de bolsas, reformar as instalações das universidades e financiar pesquisas que a comunidade universitária priorize.

 
               
Recentemente a Escola Politécnica da USP criou dois fundos patrimoniais, a Endowment da Escola Politécnica (EEP) e o “Amigos da Poli”. Por meio dessa iniciativa, milhões de reais já foram captados e, a partir de 2013, este dinheiro começará a ser investido na universidade. Para exemplificar, a meta da EEP é de investir 1,5 milhões de reais na Poli-USP já em 2013, o equivalente a 3.000 bolsas de 500 reais ou 7.500 livros de 200 reais ou ainda milhares de cadeiras como aquelas que nos faltam nos anfiteatros de nossa querida UnB.
               
Várias universidades de ponta no Brasil, como ITA, USP e UFRJ, estão abrindo os olhos para essa forma de garantir uma fonte extra de recursos - que não só fortalece a autonomia universitária, como também cria um senso de comunidade entre alunos e ex-alunos - ao buscarem a criação de seus próprios fundos patrimoniais. A UnB precisa mostrar sua condição de universidade-vanguarda e marcar presença nesse processo de reinventar a forma de se financiar uma universidade pública, gratuita, socialmente inclusiva, livre e de excelência acadêmica.

* Iago Affonso é estudante de Economia e membro da Aliança pela Liberdade desde 2012.

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