sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Nem Timothy, nem Zé Geraldo: o diálogo que esperamos da próxima reitoria.
Nesta semana iniciamos um novo espectro de possibilidades para o diálogo e a construção de uma universidade compartilhada. O professor Ivan Camargo e a professora Sônia Báo assumem o posto de reitor e vice-reitora com enormes desafios acadêmicos e administrativos. A UnB precisa resgatar seu papel de protagonismo no cenário acadêmico nacional e só chegará lá quando o caos administrativo perpetrado pela última gestão for adequadamente enfrentado. É certo, porém, que a UnB não precisará apenas de um bom administrador no sentido técnico, mas também no político. Nos últimos anos a Universidade de Brasília enfrentou certo amadurecimento por meio de decisões colegiadas mais transparentes. Todos sabemos o quão enfraquecido esteve o diálogo em nossa universidade durante o período Timothy Mulholland. Não precisamos voltar a um período em que as autoridades da UnB tenham medo de ouvir seus alunos. Foi justamente a falta de franqueza e de diálogo aberto, tolerante, corajoso e maduro que empurrou a UnB para uma crise de que apenas os incendiários podem sentir saudades.
As reuniões dos Conselhos Superiores da UnB devem continuar e com regularidade. É certo que não esperamos reuniões improdutivas com momentos de longos e cansativos discursos por parte de uma voz que se crê iluminada. É certo que não esperamos que se repita o cinismo cordial dos últimos quatro anos, com sorrisos e discursos de democracia para a torcida, mas com decisões autocráticas e atropeladas quando assim convinha fazer, como no consuni que definiu as diretrizes para escolha do reitor.
O que se espera do ambiente de diálogo (e diálogo público!) na UnB é que adultos se portem como adultos e que sejam tratados como adultos. É com essa postura e convicção que a Aliança surgiu, atua e atuará. É com esse norte que seguiremos tendo uma postura de diálogo seja com quem for, pois em uma Universidade apenas os covardes e os loucos fecham a porta e os ouvidos para o outro.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Aliança pela Liberdade é 100% nos Conselhos Superiores da UnB
Podem até mudar, mas a Aliança pela Liberdade é a única que respeita seu voto!
A
gestão Aliança pela Liberdade realizou um levantamento da presença dos
representantes discentes (RDs) nos Conselhos Superiores da UnB através das atas
das reuniões, junto a Secretaria de Órgãos Colegiados (SOC). Os RDs são eleitos
anualmente (junto com a eleição da Diretoria do DCE) e a distribuição de
cadeiras entre as chapas segue o sistema proporcional. Os resultados revelaram
uma diferença abismal entre a atuação da Aliança pela Liberdade e os demais grupos
do movimento estudantil, como se observa no gráfico a seguir:
PERCENTUAL DE PRESENÇAS DOS
REPRESENTANTES DISCENTES,
POR CHAPA E POR CONSELHO (2011-12)
POR CHAPA E POR CONSELHO (2011-12)
Fonte: Atas das reuniões do CEPE, CAD e CONSUNI. Secretaria de órgãos colegiados (SOC). O
cálculo é simples: total de presenças da chapa sobre o total de presenças
possíveis(dado o número de cadeiras).
Esses conselhos são as instâncias máximas de decisão da Universidade. No Conselho Superior (CONSUNI)
foram debatidas as regras de convivência (que regulam trotes, festas, consumo
de bebidas e cigarro, passagens de carros de som pelo Campus e etc), a adesão
da UnB a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH, que administrará
o HUB) e as regras para escolha do Reitor.
No Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) foram discutidas questões importantes como a greve, a adesão
da UnB ao ENEM, a adesão da UnB a lei de cotas e o novo calendário acadêmico e
criação de novos cursos. No Conselho Administrativo (CAD) são discutidas questões administrativas e financeiras, como o
orçamento da UnB.
domingo, 18 de novembro de 2012
Uma nova fonte de financiamento para uma UnB livre
Semeando a cultura de doações de ex-alunos
*Por Iago Affonso
É tradição nas melhores universidades americanas e europeias que doações de ex-alunos ajudem a financiar as universidades. Não raro, 30-50% do financiamento das pesquisas destas universidades é custeado pelos fundos patrimoniais (endowment funds) mantidos exclusivamente por doações. Em algumas universidades, o fundo patrimonial é a maior fonte de recursos da instituição, como demonstra o gráfico de receitas da Universidade de Yale - 7ª melhor universidade do mundo segundo o ranking QS World Universities - entre 2010 e 2011:
Fonte: www.yale.edu/finance/controller/resources/docs/finrep10-11.pdf
Dessa forma, a universidade passa a contar com uma fonte vitalícia de recursos, garantindo, assim, maior autonomia de pesquisa e maior segurança financeira frente às intempéries políticas que possam vir a afligir a definição do orçamento das universidades federais. Ainda que não substitua o financiamento governamental das universidades brasileiras, os fundos mantidos por doações de ex-alunos, familiares e demais amigos da educação, pode vir a se tornar uma importante fonte complementar de recursos que possa aumentar o número de bolsas, reformar as instalações das universidades e financiar pesquisas que a comunidade universitária priorize.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
140 estudantes da Universidade de Brasília!
Sob a égide da esperança, da tolerância, da liberdade, da excelência acadêmica, decidimos ao final de 2011 pleitear a direção executiva do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília, que carrega em seu nome uma homenagem ao estudante de geologia Honestino Guimarães, símbolo da luta por democracia e liberdade no Brasil. Vencemos. Esta vitória deu sequência a doze meses de dedicação e de trabalho árduo, culminando em importantes iniciativas para os estudantes da nossa Universidade.
Entretanto, é nítido que ainda há muitos projetos a ser implementados, problemas a serem resolvidos, burocracias a serem simplificadas. Com vistas a deixar como legado um ciclo virtuoso que fomente o ensino, a pesquisa e a extensão de qualidade, decidimos, pois, buscar a reeleição neste ano de 2012.
Assim, com orgulho, anunciamos à Universidade de Brasília a inscrição da nossa chapa, que conta com 140 estudantes da UnB. 140 estudantes que buscam uma instituição de nível internacional e que justifique o orçamento anual de mais de 1 bilhão de reais que a sociedade empreende aqui. Somos a única chapa a disputar o DCE com 100% dos seus membros sem qualquer filiação partidária, como atestou o TSE!
Venha, faça parte desse sonho também!
Continue cultivando uma Universidade de Brasília mais livre, vote 1!
Nos visite também em https://www.facebook.com/alianca.liberdade
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Um ano depois... O que fizemos?
Concluído o mandato da gestão Aliança pela Liberdade (DCE 2011/12), apresentamos à comunidade acadêmica uma prestação de contas das principais ações desenvolvidas no período. Entendemos como fundamental para uma efetiva representação política que os mandatários prestem contas durante e depois dos mandatos. É com este intuito que preparamos este texto.
A atuação da gestão foi dividida esquematicamente nas seguintes áreas: Segurança, Transporte, Participação e representação, Infraestrutura, Assistência Estudantil, Mídias Sociais e assuntos gerais.
Segurança
Entendemos que a insegurança é um dos graves problemas da UnB e que não podemos banalizar ações criminosas que atingem a vida e a integridade da comunidade universitária, nem ao seu patrimônio. Organizamos a Semana da Segurança da UnB, quando aprofundamos o debate junto com especialistas, autoridades e membros da comunidade universitária. A Semana culminou com a audiência pública na CLDF, onde se consolidou a proposta de criar um batalhão universitário, um braço da polícia especializado na convivência plural do ambiente universitário, similar ao Batalhão Escolar.
Criamos também o mapa colaborativo de criminalidade na UnB. Com a colaboração das vítimas de assaltos ou violências, que podem facilmente registrar a ocorrência no mapa criado pelo DCE com a expertise do Google Maps, o DCE vêm construindo uma grande base de dados, disponível de modo interativo à comunidade. A iniciativa despertou o interesse da secretaria de segurança e da mídia local e nacional.
No final de setembro, juntamente com o Decanato de Assuntos Comunitários, apresentamos a proposta de criação da Polícia Comunitária Cidadã ao Subsecretário de Segurança do DF, Elson Sousa. Enfatizamos a necessidade de treinamento específico para lidar com a pluralidade do ambiente acadêmico concomitante ao poder de prevenção do crime da polícia.
Transporte
De uma troca de tweets entre o DCE e a Secretaria de Transporte do DF nasceu uma parceria que culminou na implementação do posto móvel do Passe Livre Estudantil na entrada do ICC Norte. Em meados de julho, o DCE requereu ao DFTrans a instalação de um posto permanente na UnB. O pedido foi acatado e em setembro a reitoria assinou o convênio, cedendo à Secretaria de Transporte um espaço no MASC entre o ICC Norte e a FT para o alojamento do posto. Para iniciar o funcionamento, resta apenas a instalação dos cabos de internet, o que ocorrerá em breve.
Entregamos um questionário sobre o transporte público na UnB respondido por quase 300 estudantes. A iniciativa foi bem avaliada e, assim, esperamos implementações de novas linhas e de novos horários em todos os campi, além de melhorias do serviço de mobilidade urbana.
Para aqueles que possuem carro, conseguimos junto à Disbrave a concessão de R$0,10 de desconto por litro aos discentes, docentes e técnicos da Universidade de Brasília.
Democracia
Para aproximar a política estudantil dos estudantes, Nesse sentido, a gestão Aliança pela Liberdade criou o projeto Democracia 2.0, um sistema de votação pela Internet, exclusivo para estudantes da UnB com verificação através do MatrículaWeb. Sob sugestões de especialistas em segurança virtual, aprimoramos o código-fonte durante meses em prol do sigilo dos dados e da robustez no registro dos votos. Testamos publicamente o Democracia 2.0 pela primeira vez em agosto, questionando os alunos sobre o término da greve estudantil. Em quase 30 horas, recebemos 2196 respostas.
Infraestrutura
Para enfrentar os problemas de infra-estrutura da universidade, criamos o GT de Infraestrutura, cujos relatórios (entregues periodicamente a prefeitura) cobraram o fornecimento de itens como sabonete, papel higiênico; cobramos ainda soluções para problemas como infiltração e goteiras, qualidade física das salas de aula. Marcamos reuniões com a Diretoria de Engenharia e Arquitetura do campus e, em consequência, conseguimos substituir os bebedouros velhos por novos e firmamos um compromisso de que não faltaria papel, sabonete ou papel higiênico nos banheiros. Salvo em circunstâncias excepcionais, atualmente não faltam estes itens no campus.
Assistência Estudantil
Com o apoio do DCE, foi encaminhado ineditamente na Câmara de Assuntos Comunitários (CAC) proposta para reformulação dos programas da assistência estudantil, juntamente com a discussão para o fim da contrapartida trabalhista. Além disso, conseguimos junto a Universidade a garantia de pagamento de auxílio alimentação aos estudantes sócio-vulneráveis quando o Restaurante Universitário não funcionar, benefício antes concedido apenas aos moradores da Casa do Estudante. Assim, aprovamos um aumento de aproximadamente R$50.000,00 mensais no orçamento do auxílio-alimentação. E em nosso site, há uma seção dedicada ao tema.
Mídias sociais e novo site
Quando é o ajuste? Qual o prazo para revisão de menção? Quando começa a matrícula? Foi decretada greve? Quando? Estas eram perguntas que os estudantes rotineiramente indagavam e que o Diretório Central dos Estudantes não fornecia resposta. Logo no início da gestão, elaboramos um site novo, uma plataforma que atualmente dá transparência ao estudante sobre o que é e o que faz o Diretório e fornece informações úteis ao seu cotidiano acadêmico. Estreamos nossa página no Facebook, provendo informações rápidas e pontuais sobre matrícula, revisão de menção, calendário acadêmico, decisões dos órgãos colegiados, análises de greve etc. Como resultado, o número de seguidores nesta rede social dobrou para pouco mais de 9 mil, atingindo uma maior parcela dos estudantes e fomentando um intercâmbio maior de informações entre a comunidade.
Assuntos gerais
Empresas juniores. Além de criar uma página para explicação e divulgação das empresas juniores no site do DCE, ainda defendemos com vigor nos órgãos colegiados a concessão de créditos para os participantes desses projeto. A iniciativa foi aprovada na Câmara de Extensão e esta em vias de implementação.
Regularização dos Centros Acadêmicos. No início do primeiro semestre de 2012, o DCE buscou os Centros Acadêmicos dos quatro campi para entregar uma cartilha de assistência à regularização, provendo expertise desde em como conseguir um CNPJ ou abrir uma conta bancaria a como regulamentar sua situação junto à DEA e aos órgãos da UnB;
Transparência. A gestão Aliança pela Liberdade adotou o método das partidas dobras para aumentar a precisão do registro contábil e passou a divulgar em seu portal eletrônico as contas do Diretório. Objetivando expandir o poder de controle do público e dar transparência aos gastos do DCE, atualmente qualquer um pode visualizar nossa contabilidade.
Reforma do DCE. Em junho abrimos um concurso para a reforma do espaço físico DCE com verbas do edital UnB 50 anos. O projeto está em estágio de adaptação técnica pelo Ceplan, Centro de Planejamento da UnB, que conduzirá toda a obra em breve e transformará o DCE em um ambiente menos insalubre e mais integrador e convidativo.
RU. Denunciamos com vigor os constantes fechamentos do R.U. Durante a greve, por exemplo, conseguimos garantir o funcionamento do R.U. para os estudantes da Assistência Estudantil.
Divulgação dos resultados do PAS e vestibular. Estabelecemos uma cultura de liberdade na recepção aos calouros. Os anúncios dos selecionados no PAS triênio 2009–2011 e no vestibular do 1˚/2012 foram marcados por uma cultura de liberdade. O DCE organizou um espaço para aqueles que queriam se sujar e receber trote de seus veteranos concomitante a uma área na qual a sujeira não era permitida, salvaguardando assim os direitos e as liberdades individuais.
Calourada UnB. A tradicional festa de recepção dos calouros foi parte das comemorações do cinquentenário da UnB e foi a maior da história, com a participação de 41 Centros Acadêmicos. A repercussão chegou à mídia.
Conclusão
Essas foram as principais ações da gestão Aliança pela Liberdade, tentando fazer jus as prerrogativas da Diretoria e à confiança dos estudantes.
sábado, 27 de outubro de 2012
Também somos estudantes como vocês!
Nós da Aliança pela Liberdade - atual grupo diretor do DCE da Universidade de Brasília -, manifestamos publicamente apoio ao grupo "Evolução" nas eleições para o DCE da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Assim como nós, a chapa Evolução defende um movimento estudantil para o estudante que está todos os dias em sala de aula, como expresso em seu programa. São estudantes que como nós se focam na resolução dos problemas universitários cotidianos e não em ideologias estéreis. Trabalham por melhorias em seus cursos e na sua Universidade.
Entendemos, por conseguinte, que a chapa "Evolução" é um grupo que aponta para um Movimento Estudantil moderno, plural, representativo e livre. Embora tenha membros filiados a partidos políticos, temos confiança de que o grupo tomará as devidas precauções para que esses membros não utilizem o M.E como trampolim político ou como correia de transmissão de seus partidos.
Na Aliança pela Liberdade acreditamos na supremacia de direitos e liberdades individuais, na defesa das minorias e no direito inalienável que cada indivíduo tem de escolher seu próprio destino.
Enquanto a chapa "Evolução" se mantiver em comunhão conosco em nossos princípios, seus integrantes contarão com nosso apoio e nossa solidariedade, pois entendemos que estes são princípios que propõem a aproximação da política estudantil do estudante, reconhecendo a vocação de pluralidade das universidades e compreendendo que os órgãos de representação estudantil devem se propor a servir os estudantes, não a dirigi-los
Ressalva importante: Esta nota não se refere ao posicionamento do DCE Honestino Guimarães, mas ao posicionamento da Aliança pela Liberdade, associação estudantil política e academicamente independente da Universidade de Brasília.
Com votos de sucesso,
Aliança pela Liberdade.
Desde 2009 cultivando uma Universidade de Brasília mais livre!
tags:
apoio,
democracia,
Movimento estudantil,
nota,
opinião
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Membro da AL é o primeiro estudante da UnB a participar do Programa de Bolsas Botín
(Prédio da Fundación Botín na Espanha)
O estudante Michael Dantas, membro da Aliança pela Liberdade desde 2010 e discente do curso de Relações Internacionais, foi o primeiro aluno da Universidade de Brasília a ser selecionado para o Programa de Bolsas Botín para o Fortalecimento da Função Pública na América Latina.
O programa é destinado a alunos de graduação que tenham até 22 anos. Em 2012, na sua terceira edição, mais de 2000 candidatos oriundos de mais 300 diferentes universidades disputaram 40 vagas distribuídas entre alunos de 9 países latino-americanos (10 brasileiros foram selecionados).
Os participantes terão todas suas despesas custeadas pela Fundación Botín para participar de um programa de formação que durará 8 semanas e será voltado para o aperfeiçoamento do exercício da função pública.
O programa se dará na Brown University (EUA), no Watson Institute for International Studies, e na Europa - principalmente em Madri. Contará com palestras e workshops realizados por acadêmicos e personalidades políticas, como Ricardo Lagos, Leonel Fernández, Lincoln Chafee e José Antonio Ocampo, além de visitas aos órgãos de governo espanhóis e a instituições europeias localizadas em Bruxelas.
A Aliança pela Liberdade parabeniza seu associado por representar o grupo e a Universidade de Brasília em uma atividade que reunirá jovens líderes de toda América Latina.
O programa é destinado a alunos de graduação que tenham até 22 anos. Em 2012, na sua terceira edição, mais de 2000 candidatos oriundos de mais 300 diferentes universidades disputaram 40 vagas distribuídas entre alunos de 9 países latino-americanos (10 brasileiros foram selecionados).
Os participantes terão todas suas despesas custeadas pela Fundación Botín para participar de um programa de formação que durará 8 semanas e será voltado para o aperfeiçoamento do exercício da função pública.
O programa se dará na Brown University (EUA), no Watson Institute for International Studies, e na Europa - principalmente em Madri. Contará com palestras e workshops realizados por acadêmicos e personalidades políticas, como Ricardo Lagos, Leonel Fernández, Lincoln Chafee e José Antonio Ocampo, além de visitas aos órgãos de governo espanhóis e a instituições europeias localizadas em Bruxelas.
A Aliança pela Liberdade parabeniza seu associado por representar o grupo e a Universidade de Brasília em uma atividade que reunirá jovens líderes de toda América Latina.
Saiba mais sobre o programa:
Fundação Botín oferece bolsas para formar a nova geração latino-americana
domingo, 23 de setembro de 2012
Parque Científico Tecnológico e a UnB: Expectativas
*Por Pedro Saad
“É verdade que precisam
também dos investimentos industriais, das transformações agrícolas, das
exportações comerciais. [...]. Mas nada pode ter valor para eles [...] se não é
feito pelo esforço múltiplo e conjugado das equipes: dirigentes e
colaboradores, engenheiros e técnicos, pesquisadores e laboratoristas,
criadores e monitores. Desde agora, como o destino dos estudantes do Brasil
aparece como essencial e cheio de promessas!”
Charles De Gaulle, em
discurso na sua cerimônia de doutoramento honoris causa pela UnB, em 1969
A Universidade de
Brasília foi concebida para fazer a diferença no desenvolvimento regional e nacional.
O espírito de seus primeiros anos pode ser percebido no discurso da primeira pessoa
a receber o título de Doutor Honoris Causa pela UnB, o então presidente francês
Charles De Gaulle. Para isso, mostrava-se e ainda mostra-se mais que necessária
a integração da universidade com a sociedade, inclusive com o setor privado. E
poucos projetos atendem tanto a essa necessidade quanto o Parque Científico e
Tecnológico (PCTec-UnB).
Na definição da IASP¹
(International Association for Science and Technological Parks), um Parque
Científico e Tecnológico é uma organização gerenciada por profissionais
qualificados, que tem por objetivo gerar riquezas na comunidade, promover a
cultura de inovação e proporcionar a competitividade das empresas e institutos
de geração de conhecimento instalados no parque. Além disso, busca-se o aumento
do fluxo de informações e conhecimentos entre a universidade, instituições
voltadas para a pesquisa, empresas e mercados.
Na UnB, o estudo,
análises e implementação do projeto foram e estão sendo desenvolvidas pelo
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT), em seus aspectos
logísticos. O PCTec-UnB também está vinculado à estrutura gerencial do CDT. A
parte relativa aos aspectos físicos fica a cargo do Centro de Planejamento
Oscar Niemeyer (CEPLAN). Na formulação do projeto, esses órgãos contaram também
com o apoio de diversos pesquisadores e diretores de faculdades e institutos da
nossa universidade. O PCTec-UnB foi planejado para ter sua localização no
extremo sul do campus Darcy Ribeiro, ocupado 12% da área deste, num total de
486 mil m².
O PCTec-UnB tem seu enfoque
na pesquisa tecnológica, voltada para aplicações empresariais e de interesse
público. Para isso, ele conta com mecanismos de apoio ao surgimento e aplicação
de projetos. Entre esses mecanismos, podemos citar o exemplo da Incubadora de
Empresa de Base Tecnológica – IEBT – que oferece aos empreendimentos, além de
espaço físico, apoio a obtenção de investimentos, consultorias especializadas e
formação gerencial e estratégica. Há também o Hotel de Projetos, que consiste
num ambiente desenvolvido para locação de materiais de pesquisa e promoção de
grupos de pesquisadores ou de empresas.
Não à toa, há diversos
parques científicos e tecnológicos espalhados em países desenvolvidos. Havia no
Reino Unido, em 2005, mais de 60 parques; na França, mais de 80; nos Estados
Unidos e Canadá, há mais de 200, segundo dados da Anprotec. No Brasil, havia 22
parques científicos e tecnológicos em funcionamento, sendo sete na região
Sudeste e dez na região Sul.
Os primeiros passos
para o surgimento do projeto na UnB se deram ainda na década de 1980. Nos
tempos mais recentes, ele voltou a ser lembrado em 2007. Há dificuldades de
ordem burocrática para a implementação do PCTec-UnB. No entanto, é necessário
que a comunidade universitária não deixe a idéia de lado e promova incentivos
para seu sucesso.
O sucesso de projeto é
o caminho para o sucesso do desenvolvimento do planalto central brasileiro.
Precisamos dessa integração entre setor privado, pesquisadores, governos e
cientistas para promover o crescimento da UnB e o desenvolvimento tecnológico
da região. Além disso, só assim as expectativas que essa universidade dava à
comunidade em sua primeira década de existência irão se cumprir. Só assim o
destino dos estudantes dessa universidade cumprirá as promessas de outrora.
*Pedro Saad é estudante de direito e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB (CEPE). É o atual vice-presidente da Aliança pela Liberdade.
*Pedro Saad é estudante de direito e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB (CEPE). É o atual vice-presidente da Aliança pela Liberdade.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
A Próxima Gestão da Reitoria e a Assistência Estudantil
*Por Lázaro Bonfim Oliveira
Em seus 50 anos de história a Universidade de Brasília consegue se manter entre as melhores instituições públicas do país. Porém, muitos desafios insuperados impedem a sua excelência. A política de assistência estudantil é um exemplo: ela precisa ser mais representativa, inclusiva e prioritária. Viabilizar mecanismos para que o/a estudante em condição de vulnerabilidade socioeconômica possa se manter na Universidade são imprescindíveis para equilibrar os gargalos históricos da desigualdade.
A eleição de um novo mandato para a reitoria ajuda-nos a repensar quais desafios necessitam de soluções emergenciais. Proporcionar a concessão da bolsa permanência ao/a estudante inserido/a nos programas de assistência por sua condição de hipossuficiência precisa ser encarado pelo novo reitor como prioridade. A vulnerabilidade já o torna apto ao recebimento da bolsa!
A reestruturação da política estudantil é um dos maiores anseios dos/das estudantes que participam dos programas sociais da Universidade de Brasília. Estes/as podem e devem ser ouvidos/as em sua elaboração.
A reestruturação da política estudantil é um dos maiores anseios dos/das estudantes que participam dos programas sociais da Universidade de Brasília. Estes/as podem e devem ser ouvidos/as em sua elaboração.
Além disso, de forma a exigir do novo reitor a consolidação da assistência estudantil na Universidade, está sendo formada a Associação Multicampi dos Estudantes em Vulnerabilidade Socioeconômica da UnB (AMCEU), que será um mecanismo fundamental de intermediação por garantias junto aos novos gestores/as da UnB.
Portanto, que a nova gestão venha priorizar a assistência estudantil como um direito, como uma ferramenta de permanência, que a universalização da inserção e a participação nos programas de assistência propiciem benefícios e condições fundamentais aos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica da nossa Universidade.
*Lázaro Bonfim Oliveira é estudante de Engenharia Florestal e apoiador da Aliança pela Liberdade. Participa ativamente das reivindicações por uma assistência estudantil digna na Universidade de Brasília.
domingo, 9 de setembro de 2012
Nós apoiamos a chapa 86, "UnB Somos Nós".
À comunidade da Universidade de Brasília,
Nós, da Aliança pela Liberdade, associação discente da Universidade de Brasília criada em 2009, somos pautados pela excelência acadêmica, o mérito individual, a autonomia de cátedra, a pesquisa e a extensão integradas ao ensino e úteis ao desenvolvimento de Brasília e do Brasil. Acreditamos que os maiores empecilhos para isso são o aparelhamento, o proselitismo e o sectarismo dentro da Universidade.
Entendemos que no primeiro turno da consulta para reitor da UnB havia vários candidatos que poderiam contribuir para a consecução dos nossos valores e objetivos. Contudo, essa realidade mudou. A nós está claro que apenas uma das duas chapas reúne condições para levar nossa Universidade ao seu lugar de direito: a vanguarda do conhecimento.
A Chapa 86, UnB Somos Nós – dos professores Ivan Camargo e Sonia Báo – representa hoje o projeto de Universidade necessária: livre, plural, comprometida com a sociedade e em busca da excelência em nível internacional. Nossos candidatos são professores com mais de 20 anos de dedicação a esta Universidade, respeitados em seus departamentos, na comunidade e com sólida carreira científica.
A professora Sônia possui extenso currículo acadêmico, além de vasta experiência de gestão, sendo a diretora do Instituto de Ciências Biológicas (IB) durante os últimos 6 anos, quando este consolidou um patamar de qualidade raramente encontrado na Universidade de Brasília.
O professor Ivan, além de sua profícua produção acadêmica, implementou o Matriculaweb e a Avaliação Docente, quando no Decanato de Ensino de Graduação (DEG) na Gestão Lauro Morhy, e serviu ao Estado brasileiro em diversas ocasiões na busca de resoluções para problemas nacionais na área de energia. Em sua gestão, frente ao DEG, a UnB chegou ao 1º lugar nacional na graduação de acordo com Ministério da Educação, e com um orçamento três vezes menor que o atual, quando nos encontramos fora das TOP 5 do país seja qual for o ranking de universidades utilizado, não obstante um orçamento anual que ultrapassa 1 bilhão de reais.
A "UnB Somos Nós" é comprometida com a democracia e com o bom funcionamento dos Conselhos Superiores da Universidade de Brasília. Defende o policiamento socialmente responsável dos campi, o investimento em pesquisa em parceria com a sociedade, a valorização do empreendedorismo e das empresas-juniores, a assistência estudantil justa e eficiente, o devido cuidado com a infraestrutura. Valoriza igualmente os 4 campi, além de respeitar e ouvir estudantes, professores e técnicos na busca de um interesse comum: a excelência da Universidade de Brasília!
Não seriam rótulos vazios a nos impedir de tomar parte nessa disputa. Acreditamos que alcunhas como Timotistas ou Geraldistas são exemplo de politicagem rasteira. O profº Marcelo Bezzeril, candidato à vice-reitor pela Chapa 80, é sem dúvida um homem honesto e probo, ainda que tenha sido indicado a Diretor pró-tempore da Faculdade de Planaltina pelo então reitor Timothy Mulholand. A mera participação de membros da comunidade acadêmica em qualquer gestão da Universidade de Brasília não pode jamais ser causa para condenação ou causar mácula irremediável. A nossa Universidade merece mais. Discutamos projetos, princípios e ideais, em vez de projetar sobre os adversários rótulos e acusações levianas imutáveis.
É em nome da união da nossa comunidade acadêmica, da liberdade e do conhecimento que declaremos nosso apoio aos professores Ivan e Sônia. A Aliança pela Liberdade vota 86 para construir a UnB que sonhamos, merecemos e faremos - a UnB autônoma, plural e de excelência dos nossos fundadores.
P.S.: A Aliança pela Liberdade se compromete que nenhum dos seus membros jamais assumirá qualquer cargo caso a chapa 86 vença a consulta, o que inclui o cargo de Assessor Especial para a Juventude.
Atenciosamente,
Associação discente Aliança pela Liberdade.
P.S.: A Aliança pela Liberdade se compromete que nenhum dos seus membros jamais assumirá qualquer cargo caso a chapa 86 vença a consulta, o que inclui o cargo de Assessor Especial para a Juventude.
Atenciosamente,
Associação discente Aliança pela Liberdade.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Quem tem medo de rótulos?
*Por Nicolas Powidayko
O advento da consulta para reitor tem suscitado acusações desesperadas por parte de grupos radicais na Universidade de Brasília. Em detrimento de idéias e propostas, o debate tomou a reprovável direção dos ataques levianos e dos rótulos covardes. Queremos debater princípios e projetos. A UnB não se pode ver refém de uma falsa dicotomia entre timotistas e geraldistas. A diversidade de opinião é parte constitutiva da Universidade. Ela é saudável e necessária!
O Maestro Jorge Antunes, Professor Titular da UnB e ex-candidato a senador pelo PSOL, é uma importante voz vanguardista na nossa comunidade e um exemplo de mestre que debate sem se valer de etiquetas. Recentemente, em um texto intitulado "Antitimothismo: doença infantil do esquerdismo", o Maestro expôs de modo inequívoco o vazio dos discursos apresentados com base em rótulos maniqueístas e desprovidos de sentido.
O Maestro classifica o termo "timotista", utilizado na UnB para associar suas vítimas à irregular Gestão Timothy Mulholland, como um signo do medo:
"Passa-se a acreditar que nada será pior que o timothismo. Sabe-se que a expressão não quer dizer coisa alguma. O sufixo ismo, na expressão, não tem nada a ver com filosofias, escolas, ou vertentes ideológicas. O seu acréscimo à palavra timothy se refere simplesmente a questões éticas e morais."
Concordamos inteiramente com o professor e louvamos sua contribuição ao debate
honesto e respeitoso, a despeito das divergências que possamos ter quanto a uma universidade de excelência.
Enquanto associação discente,
esperamos a construção de uma universidade livre e de excelência em que o diálogo se dê no âmbito das ideias, mas sem argumentos de autoridade. Só assim a reflexão da comunidade será, ao final do processo,
consciente e plural!
Compartilhamos, ainda, o comentário do Prof. Carlos Alberto Torres, docente do Departamento de Administração e ex-Deputado Distrital do Partido Popular Socialista, sobre o texto do Maestro.
“Prezado Maestro Jorge Antunes,
O seu artigo é uma grande contribuição ao nosso debate. Concordo com a sua definição (ou antidefinição) de ‘timothismo’, pois ela está impregnada de sua postura sempre presente de enxergar o novo, criativamente, com coragem e integridade. Permita-me registrá-la:
‘Mas o antitimothismo se
impregnou nos discursos esquerdistas de tal forma, com tamanha magnitude, que
passa a cegar qualquer desavisado. Todo mundo tem medo, pavor, de ser tachado
de timothista. A acusação, então, passa a ser o divisor de águas. Passa-se a
acreditar que nada será pior que o timothismo. Sabe-se que a expressão não quer
dizer coisa alguma. O sufixo ismo, na expressão, não tem nada a ver com
filosofias, escolas, ou vertentes ideológicas. O seu acréscimo à palavra timothy
se refere simplesmente a questões éticas e morais.’
Permita-me incorporar essa análise, com a qual concordo, em minha elaboração. Embora não concorde com todos os aspectos do seu texto, particularmente com a conclusão de propor o voto nulo. Sei que você não se sentirá ofendido com isso.É que, prezado, assumimos desde a juventude um compromisso inabalável com a democracia e com a justiça social. Esta é a razão pela qual me declaro e me sinto de esquerda, embora no dia-a-dia eu encontre pessoas, com os mesmos compromissos, não preocupadas em assim rotular-se politicamente. Entre o egoísmo e o altruísmo, entre os interesses do capital e os do trabalho e entre os interesses individuais e os do bem comum, fico sempre politicamente com os segundos. Sei que muitos consideram isso uma postura utópica e desmedidamente generosa, e até a consideram ridícula em homens da nossa idade. Mas, penso, isso jamais destruiu a minha individualidade.
De seu texto, muitas coisas mais eu teria a comentar, mas, hoje, é dia de todos lerem o seu artigo, deleitando-se com mais essa obra de arte.
Agregaria, com a sua permissão, minha convicção de que nem sequer preocupações éticas e morais são encontradas entre os que tão facilmente acusam os seus pares, em nossa comunidade, de serem ‘timothistas’. Simplesmente, apelam para esses símbolos e estigmas irracionais com objetivos políticos. A sociedade brasileira está começando a ficar cansada desses santinhos-de-pau-oco. Senão a sociedade brasileira, mas, com certeza, a comunidade da UnB.
Um grande abraço,
Carlos Alberto Torres”
----
*Nicolas Powidayko é estudante de economia, conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Membro da Aliança pela Liberdade desde 2011.
tags:
administração,
covardia,
democracia,
liberdade
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Fomentando uma produção científica de ponta: Incentivos e financiamento
*Por Lucas Bispo
“Uma universidade
excelente é uma universidade que produz pesquisa de ponta!” Talvez você pense
que essa é uma afirmação auto-evidente. Ledo engano. O que deveria ser um
consenso retumbante parece ser ignorado solenemente por vastos setores, mesmo
dentro da própria academia.
Mas a Aliança pela
Liberdade será eternamente favorável a medidas que privilegiem a produção
científica na nossa Universidade. Dentro de uma série de artigos nos quais
expomos o que acreditamos ser uma gestão excelente para uma universidade
excelente, nos dedicamos aqui a explicar que tipo de política esperamos ver nos
próximos anos para aprimorar a pesquisa na UnB.
Vamos lá.
Como aumentar e
melhorar a produção científica na universidade? A resposta que nós damos a essa
questão baseia-se num simples binômio “incentivo/financiamento”. Primeiro,
então, debrucemo-nos sobre a questão dos incentivos.
Para ilustrar a ideia,
vosso escriba se arrisca a aventurar-se no competitivo meio esportivo - a
afinidade com a bola não é uma das minhas virtudes. Certamente a conquista de
uma medalha olímpica é uma vitória sem tamanho, que não vem sem sacrifício e
abnegação. Então eu pergunto: O que será que motiva o atleta a empreender o
esforço gigantesco necessário para conquistar uma medalha? Seria o orgulho de
subir ao pódio ao som do hino de sua nação? A satisfação de ver superadas suas
limitações pessoais? O gosto da vitória sobre os adversários?
Acredito que tudo isso
compõe a estrutura de incentivos por trás do hercúleo esforço desportivo. De
maneira semelhante, um pesquisador seguramente deriva muita satisfação em ver
um trabalho seu publicado num grande periódico nacional ou internacional, vendo
ideias e conclusões por ele propostas sendo citadas por colegas pesquisadores e
subsidiando o avanço da ciência nas mais diversas áreas. Entretanto, há um
elemento a mais que figura como grande motivador tanto para o atleta quanto
para o pesquisador, que é sua própria remuneração.
Seria ótimo, por
exemplo, que houvesse dentro das regras de progressão na carreira do professor
algum dispositivo que permitisse o avanço mais rápido dos professores mais
produtivos em termos de pesquisa - ao invés disso, há grupos que querem acabar
com qualquer gratificação concedida aos professores que se destacam na pesquisa
taxando esses artifícios de incentivos “produtivistas”. É claro, entretanto,
que a definição da estrutura da carreira extrapola os limites da UnB, cabendo
ser discutida por órgãos a ela superiores.
Mas existem muitas
medidas que poderiam ser implementadas dentro da alçada da universidade no
sentido de privilegiar aqueles pesquisadores que mais se destacam. Dentre as
propostas, há, por exemplo, a promoção de editais simplificados para obtenção
de recursos para viagens e outros fins direcionados àqueles professores que
sejam bolsistas de produtividade do CNPq ou que sejam membros permanentes de
programas de pós-graduação avaliados com nota 6 ou 7 pela CAPES. Também
poderiam ser concedidas licenças remuneradas prêmio para esses mesmos
professores.
Além disso, é preciso
eliminar uma série de verdadeiros desincentivos à atividade de pesquisa,
materializados numa burocracia pesada, lenta e ineficiente. Necessitamos
simplificar os trâmites para aprovação de projetos e liberação de recursos, de
modo que o professor possa direcionar seu tempo e suas forças para a pesquisa
em si, ao invés de ser obrigado a dispendê-los num esforço homérico para fazer
os papéis saírem de uma sala para outra. Afinal de contas, do mesmo modo como
queremos nossos atletas nas pistas e nas piscinas, nossos professores precisam
estar nos laboratórios e entre os livros, ao invés de estar em meio a jornadas
infindáveis em busca de carimbos.
Por fim, a
universidade tem que criar esquemas que privilegiem aqueles pesquisadores mais
produtivos, de maneira que os menos produtivos se motivem a aumentar a sua
produtividade com o intuito de acessar os mesmos benefícios e que os mais
produtivos se esforcem para não deixar de sê-lo.
Muito bem. Essa é a
nossa proposta para a primeira metade do binômio. A segunda metade diz respeito
à questão do financiamento. Desnecessário dizer que um atleta que não tem
recursos para lançar mão das tecnologias mais avançadas, para ser apoiado por
uma equipe técnica e de saúde capacitada e que não disponha dos insumos para
seu treinamento jamais terá chance numa Olimpíada - o que aliás é um drama
recorrente na história de muitos dos atletas do nosso país.
De maneira novamente
análoga, o pesquisador sem financiamento não poderá ir muito longe e o aspecto
chave nisso tudo é que hoje a universidade precisa do dinamismo e da eficiência
do setor privado para financiar-se. Ela precisa de processos administrativos
que permitam que entidades privadas venham a financiar projetos de pesquisa,
por meio de instrumentos como os convênios, as parcerias e as próprias
fundações de apoio. Imagine você que alguém que queira fazer uma doação (!!!) à
universidade enfrenta hoje dificuldades em fazê-lo, como se a universidade não
precisasse desesperadamente de receber recursos externos.
“Atentado contra a
autonomia universitária!” - bradam alguns, argumentando que o setor privado vai
promover agendas de pesquisa exclusivas, capitalistas, imperialistas, ou sei lá
o quê. Mas eu pergunto: qual é a autonomia que tem uma instituição que admite
financiamento somente de UMA fonte, que é o Estado? Será se isso não abre
brecha para o Estado promover agendas de pesquisa unicamente pró-Estado ou
pró-governo?
Não me soa muito
democrático... nem a mim nem aos teóricos da conspiração de plantão. De todo
modo, nós precisamos diversificar nossas fontes de recursos e aprofundar as
conexões entre o que é produzido dentro da Universidade e o que a sociedade
precisa lá fora. Precisamos inundar-nos de recursos para que a Universidade
passe a atender efetivamente as demandas tecnológicas e intelectuais da
sociedade, materializada nas empresas, nas ONGs, nos indivíduos.
Deixo um último
exemplo. Você quase com certeza já ouviu falar da Tabela FIPE, não? Aquela que
fornece os preços médios de um monte de veículos no mercado nacional? Pois
saiba que essa tabela é utilizada por 25 estados para ajudar no cálculo do
IPVA. É consultada por compradores e vendedores de carros o tempo inteiro para
que tenham uma ideia de quanto valem seus veículos, por companhias de seguro
para definir o valor dos preços cobrados e dos prêmios pagos. É um serviço de
utilidade enorme.
E você sabe o que é a
FIPE?
“A Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas - FIPE é uma entidade de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em 1973 para apoiar o Departamento de Economia da Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
(FEA-USP), com destacada atuação das áreas de pesquisa e ensino.” Saiba mais
aqui. (http://fipe.org.br/web/index.asp)
Ou seja, trata-se de
uma entidade privada, que admite financiamento privado, celebrando contrato com
governos e com empresas para a prestação de serviços que não só contribuem para
o país como um todo, mas também competem para que o departamento de economia da
FEA-USP seja um dos mais destacados do país, sendo parte da melhor universidade
do país. É exatamente isso o que nós queremos para a UnB. E você?
*Lucas Bispo é estudante de Economia e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade de Brasília. É membro da Aliança pela Liberdade desde 2012.
*Lucas Bispo é estudante de Economia e conselheiro discente no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade de Brasília. É membro da Aliança pela Liberdade desde 2012.
Assinar:
Postagens (Atom)